São Paulo, terça-feira, 3 de outubro de 1995
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Canadá reúne os melhores grupos do mundo

ANA FRANCISCA PONZIO
ESPECIAL PARA A FOLHA, DE MONTREAL

O maior evento mundial de dança começa hoje em Montreal, Canadá. Inaugurado em 1985, o Festival International de Nouvelle Danse (Find) tornou-se fonte de informação e inspiração do Carlton Dance Festival, que procura desenvolver no Brasil o padrão de qualidade do similar canadense.
Até 15 de outubro, o Festival de Nouvelle Danse reunirá em Montreal 300 bailarinos e coreógrafos de sete países para realizar 29 espetáculos e 55 representações paralelas.
Além da programação de espetáculos, o Festival também serve de vitrine para 150 produtores culturais, que lá se reúnem para negociar temporadas e turnês dos artistas em outros países.
Neste ano, o Find homenageia a dança da Holanda, representada por coreógrafos como Krisztina de Châtel. Conhecida como a ``imperatriz da dança moderna holandesa", Châtel abre o Festival hoje com o espetáculo ``Muralis, sobre música de Schubert.
O convidado de honra do Find é o norte-americano William Forsythe, diretor e coreógrafo do Ballet de Frankfurt, considerado um gênio deste fim de século.
Comparado a Balanchine, Forsythe compõe suas coreografias a partir da desconstrução do vocabulário clássico, que lhe serve de base. No Find, os bailarinos do Ballet de Frankfurt, apresentarão o espetáculo "Eidos: Telos, inédito fora da Alemanha.
Entre os canadenses que participam neste ano, a estrela é Édouard Lock, coreógrafo do grupo La La La Human Steps, que o Carlton Dance já trouxe ao Brasil.
"2, novo espetáculo de Lock, conta como sempre com as proezas de Louise Lecavallier, a bailarina que costuma se atirar no espaço para realizar piruetas com o corpo na horizontal, como se estivesse deitada no ar.
Também estão incluídos na programação Susan Marshall, dos Estados Unidos, o grupo L'Esquisse, da França, e a companhia Karas, do japonês Saburo Teshigawara, que recusa o butô para interpretar as incoerências do Japão atual.
Embora até hoje o Find já tenha levado para os palcos de Montreal 217 coreógrafos de todo o mundo, o Brasil continua inédito em sua programação. Chantal Pontbriand, presidente do evento, diz que por falta de conhecimento sobre a dança brasileira, ainda não estendeu convites aos coreógrafos sul-americanos.

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