São Paulo, quarta-feira, 4 de outubro de 1995
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Auditorias aumentam a arrecadação, diz estudo

FERNANDO RODRIGUES
DA REPORTAGEM LOCAL

Um estudo comparativo de vários países sugere que uma maior exigência de auditoria independente contribui para uma maior arrecadação tributária.
Escrito por Charles Holland e Elso Raimondi, ambos sócios da Ernst & Young (uma das maiores empresas de auditoria e consultoria internacional), o estudo concluiu que ``O Brasil é um dos países menos auditados do mundo".
Há, no Brasil, 6.500 auditores independentes. Isso dá uma média de 26.615 habitantes por auditor. Na Holanda, essa média é de 899 habitantes por auditor. Nos EUA, o número é de 2.327.
Segundo Holland, que também preside a Associação Nacional de Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade, a maioria dos países desenvolvidos já obriga as empresas a submeterem-se a auditoria independente anualmente.
A exceção são as pequenas empresas, dispensadas dessa exigência. No Brasil, apenas as 850 empresas com capital aberto, as instituições financeiras e as seguradoras são obrigadas a ter uma auditoria independente.
Em alguns países, como Reino Unido e a Argentina, todas as empresas, sem exceção, devem se submeter a auditorias anualmente.
Para Holland, os auditores podem ter um trabalho auxiliar dos sistemas tributários do país. O auditor orientaria a empresa na hora de prestar contas -e ficaria co-responsável pelo balanço.
Evidentemente, isso teria um custo. ``Mas a idéia é que se desenvolva uma parceria entre o auditor e a empresa. O auditor poderia sugerir inovações que melhorem a produtividade do seu cliente", afirma.
O estudo de Holland, ``Importância e Abrangência da Auditoria Estatutária na Ética dos Negócios", analisa dados de 32 países.
O estudo sugere relação também entre países auditados e corruptos. ``O Brasil está entre os (países) mais corruptos do mundo", conforme uma pesquisa européia chamada Transparência Internacional.
``Os países mais auditados -Nova Zelândia e Cingapura- são os mais éticos", relata Holland. Brasil e Indonésia, os menos auditados, são mais corruptos.

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