São Paulo, quarta-feira, 4 de outubro de 1995 |
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Partido partido A vitória de Paes de Andrade na disputa pela presidência do PMDB é emblemática da decadência desse partido. A agremiação, que por muitos anos foi capitaneada por um político do porte de Ulysses Guimarães, tem agora como líder o protagonista da festa de Mombaça. Para o governo federal, a eleição de Andrade representa uma derrota. Seu rival, Alberto Goldman, pretendia aproximar mais o PMDB do Planalto. Já Andrade tende a dirigir o partido para uma linha de maior oposição. De qualquer forma, o PMDB hoje está tão fragmentado que o presidente nacional pouco ou nada influi. O que prevalece são lideranças regionais tão díspares quanto José Sarney, Antônio Britto, Orestes Quércia e Íris Rezende. A eleição de Andrade é assim a preservação dos interesses dessas lideranças regionais, às quais não convém um presidente mais forte para o partido, como seria o caso de Goldman, que pudesse tirar-lhes parcela de seu poder. Ainda é cedo para avaliar o quanto a vitória de Andrade vai atrapalhar os planos de Fernando Henrique Cardoso, mas parece improvável que o PMDB parta para a oposição. Como todos os partidos mais fisiológicos, a agremiação depende de cargos para sobreviver e quem fornece os cargos é o governo. Parece certo contudo que o apoio do maior ``partido" nacional vai custar mais caro para o Planalto. Próximo Texto: Desemprego conjuntural Índice |
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