São Paulo, quinta-feira, 5 de outubro de 1995 |
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Lula ouve mais do que fala em caravana
GEORGE ALONSO
Nas cinco cidades que já percorreu, Lula falou pouco à população que o recebeu. Sempre repetindo: "Vim para ouvir". Os discursos ficam por conta dos líderes sindicais locais e do geógrafo Aziz Ab'Saber, da Universidade de São Paulo. Durante as visitas, Lula tem mantido, por influência do professor, uma espécie de "discurso ecologista". No assentamento de Lagoa de Cima, em Senador Modestino, chegou a questionar os trabalhadores sobre o desmate da floresta da região. Com a madeira, eles produzem carvão, que garante a subsistência do assentamento. Os assentados reclamam da falta de apoio do Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) para o plantio. Lula tem recebido tratamento de chefe de Estado nas cidadezinhas que visita. Ontem de manhã, em Carbonitas (a 400 km Belo Horizonte), os funcionários da carvoaria Santa Bárbara, do grupo Belgo-Mineira, receberam recomendação de tomar banho e de tomar cuidados com as palavras. Dito e feito. A carvoaria reflorestou extensas áreas do município com eucaliptos e deu aparência "verde" à visita. À tarde, Turmalina parou por duas horas para vê-lo, com fogos e banda de música. Nem parecia que Lula foi derrotado no pleito presidencial do ano passado. Cerca de 1.500 pessoas acenavam para Lula e o acompanharam em caminhada pela rua principal -o prefeito da cidade é do PMDB. Hoje, Lula deve visitar Minas Novas. Mas, nas duas cidades em que esteve ontem, Lula, que perdeu 12 kg desde maio (agora está com 80 kg), manteve o tom: dieta nas palavras. Texto Anterior: Bahia é destaque de fascículo de turismo Próximo Texto: FHC volta a pedir trégua ao PT amanhã Índice |
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