São Paulo, sexta-feira, 6 de outubro de 1995
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Direção mantém congresso em 96 e Alemão não reconhece resultado

CRISTIANE PERINI LUCCHESI
DA REPORTAGEM LOCAL

Em reunião tumultuada, a direção nacional da Força Sindical aprovou ontem a manutenção da data do congresso da central em setembro de 96.
O secretário-geral da entidade, Enilson Simões de Moura, o Alemão, que propunha o adiantamento do congresso para este ano, disse que não reconhece o resultado da reunião e não descartou a possibilidade de um racha.
``Teremos encontro da Força Sindical em Minas Gerais amanhã (hoje) para decidir o que fazer", afirma Alemão.
Alemão queria adiantar o congresso para este ano para tirar Luiz Antônio de Medeiros da presidência da central. Para ele, Medeiros não tem condições políticas nem éticas de conduzir a entidade.
Segundo Alemão, as bancadas de Minas, Ceará, Pernambuco e Pará não votaram, pois Medeiros ``forjou uma maioria eventual na reunião".
Alemão e o diretor José Avelino Pereira, o Chinelo, também não participaram da votação. ``Havia gente até representando morto", disse Alemão.
Chinelo, do PSDB como Alemão, foi mais brando em suas declarações à Folha. ``Fizemos uma trégua. O projeto político da Força Sindical é maior do que as brigas pessoais entre Alemão, Medeiros e Paulinho (Paulo Pereira da Silva, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo e diretor da Força Sindical)."
Paulinho e Medeiros são do PP e vão se filiar ao PTB.
Paulinho nega que a reunião da direção nacional não teve representatividade. Segundo ele, dos 62 diretores, 42 estavam presentes, o que garante o quórum mínimo.
Paulinho chegou a propor a destituição e expulsão de Alemão, por abandono de cargo e perda de confiança. Medeiros disse que, se fosse o caso de tirá-lo da presidência, era melhor que a reunião de ontem já fizesse isso que ele acataria. As propostas não foram votadas.
A reunião começou às 9h, no Palácio do Trabalhador, centro de São Paulo, com cerca de cem pessoas. Por volta das 11h30, após um dos tumultos, só ficaram na sala da reunião os integrantes da direção nacional.
``Eu chamei a PM para revistar gente que eu não conhecia. Percebemos que o Alemão tinha levado um capanga armado", disse Paulinho. ``Eles encheram a sala de bandido armado", disse Alemão.

Texto Anterior: Como liberar verbas
Próximo Texto: ZPE que não cumprir prazo será suspensa por decreto
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.