São Paulo, sexta-feira, 6 de outubro de 1995
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Consórcio tem prazo de até 60 meses

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O BC (Banco Central) aprovou ontem novos prazos para os consórcios de automóveis: prestações mínimas de 50 meses e máximas de 60 meses. Estão incluídos os modelos populares e importados, camionetes e utilitários. Os lances continuam proibidos. Até ontem, o prazo máximo para consórcio de carros era de seis meses.
A partir de hoje, os técnicos do BC estimam que estarão à disposição no mercado 500 mil cotas de automóveis destinadas aos consórcios. Se essas cotas forem vendidas, serão formados 5.000 grupos. Com dois sorteios mensais, entrarão no mercado de consórcios 10 mil carros/mês, segundo o BC.
O presidente do BC, Gustavo Loyola, disse que o prazo mínimo de 50 meses diminui o impacto nas vendas e permite a reativação do setor de consórcios, que vem caindo gradualmente.
A medida, segundo Loyola, pode gerar uma demanda adicional nas vendas de 22 mil veículos por mês, o que representa uma absorção de 20% da produção nacional de automóveis pelos consórcios.
O governo adiou a medida para avaliar os últimos dados das vendas de automóveis. O BC defende que os consórcios não absorvam mais que 30% da produção.
Em agosto, segundo Loyola, a produção foi recorde nos últimos tempos -ele não especificou o período-, com a venda de 130 mil veículos. As vendas tendem a cair no mês de setembro, conforme dados do mercado.
Permanece suspensa por tempo indeterminado a formação de grupos de consórcios de eletrodomésticos e eletroeletrônicos. O governo avaliou que o consumo de produtos do setor está aquecido.
O protocolo firmado pelo ex-presidente Itamar Franco com as montadoras de carros populares foi cancelado pelo BC. As cotas não vendidas pelas montadoras até agora estão proibidas de serem comercializadas. As montadoras não poderão comercializar populares até se adequarem ao limite de 20 mil cotas -ou 5% da produção anual do fabricante.
O protocolo foi assinado em 1993, à revelia das normas estipuladas pelo BC. Itamar firmou um compromisso para que as montadoras produzissem determinado número de carros populares por ano e reduziu o IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados).
A estimativa do BC é que 600 mil cotas estão no estoque das montadoras desde março de 1993.
Depois disso, Itamar autorizou um adicional de cotas conforme a produção de cada montadora.
``Quem tem o poder de dar tem o poder de retirar", disse o presidente do BC sobre a possibilidade de as administradoras de consórcios provocarem o aumento dos preços e o desaparecimento dos automóveis do mercado.
A formação de novas administradoras de consórcios continua proibida pelo Banco Central.

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