São Paulo, sexta-feira, 6 de outubro de 1995
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Congresso; Demagogia; Cheiros; Lesbian chic; Fidelidade conjugal; Ombudsman; Atlas

Congresso
``Constitui dever da Procuradoria Parlamentar defender a imagem e atividades da Câmara dos Deputados e de seus integrantes, sendo de ressaltar que a instituição parlamentar é a marca do regime democrático. Ao afirmar que `o Congresso não legisla senão em causa própria, como demonstrado na legislação eleitoral' (artigo do jornalista Josias de Souza, edição de 26/9, pág. 1-2, sob o título `Legislatolo'), o articulista mostra-se ofensivo à instituição, atingindo a honra das pessoas físicas que a compõem, visto que a citada lei é para o pleito de vereador e prefeito e nada tem com a escolha eleitoral de deputados e senadores. Idêntico procedimento ocorre quando menciona que o Congresso também não fiscaliza o governo como deveria, mencionando o caso do Banco Econômico. Esquece-se o jornalista que a fiscalização das instituições financeiras é da competência única do Banco Central do Brasil e do governo federal. Também o título do artigo é infeliz, já que tenta ridicularizar a instituição. É necessário ter em vista que o Congresso Nacional constitui a instituição básica do regime democrático e as críticas infundadas contra o Parlamento contribuem para o enfraquecimento do sistema político. Daí a necessidade de se ter a necessária cautela ao apreciar assunto relativo à vida parlamentar. Solicito a publicação da resposta na mesma página (1-2, coluna de Josias de Souza) e na mesma dimensão do escrito que a ensejou."
Bonifácio de Andrada, procurador-geral da Câmara dos Deputados (Brasília, DF)

Nota da Redação - Leia resposta do jornalista Josias de Souza em sua coluna, à pág. 1-2.
Medidas anti-recessão

``Na matéria `FHC adota medidas anti-recessão em 96', publicada na edição de 4/10, a repórter faz referências a supostas posições do ministro do Planejamento, José Serra, e do governo que são totalmente improcedentes. Trata-se de mais uma matéria elaborada sem o cuidado de se ouvir adequadamente os personagens envolvidos. As opiniões, pretensos fatos, inferências e análises contidas no texto são de tal forma disparatados que o resultado, mais do que mau jornalismo, mostra ser uma verdadeira manifestação de delírio."
Inácio Muzzi, coordenador de Comunicação do Ministério do Planejamento e Orçamento (Brasília, DF)

Resposta da jornalista Sonia Mossri - É compreensível o esforço empreendido pelo assessor para tentar negar a existência de divergências. A reportagem, porém, baseia-se em informações obtidas junto a auxiliares diretos dos ministérios da Fazenda e do próprio Planejamento.

Demagogia
``Vem agora nosso `querido' prefeito, de modo ríspido, exigir que um humilde catador de papel retire toda a sujeira da rua. Ora, quanta demagogia, sr. prefeito. Por que não ordenar, com o mesmo ímpeto e cinismo, que empresários parem de poluir o ar, os rios, os lagos, ordenar que se limpem os terrenos da prefeitura, ordenar a regulagem de motor dos ônibus etc. A Folha, também, deveria se preocupar com coisas mais importantes, não com ataques de estrelismo do sr. Maluf."
Eduardo Dias Paulo (São Paulo, SP)

Cheiros
``Secretário Francis Selwyn Davis: como muita coisa cheira mal nesta administração e o sr. se mostrou um profundo conhecedor de cheiros, gostaria de saber que cheiro tem o `acordo' entre o Estado e a prefeitura para o controle da poluição de carros. Que cheiro tem o patrocínio da esterilização em massa das mulheres de baixa renda? Que cheiro têm as soluções encontradas para os problemas de moradia, saúde, educação e lazer da população?"
Luiz Carlos dos Santos (São Paulo, SP)

Lesbian chic
``Que saudade do sr. Otavio Frias Filho dos tempos da era Collor! Um homem que aparentava destreza, intrepidez e ideal ético-moral. Ao ler sua coluna intitulada `Lesbian chic', a decepção foi inevitável. Delirando em suas elucubrações filosóficas, demonstrou que o também diretor editorial dessa Folha formou uma opinião diversa da realidade que emerge, principalmente, na sociedade brasileira. Nunca, em tempo algum, houve uma busca tão frenética da soberania de Deus sobre a confusa e sofrida realidade em que vivemos. O que o mencionado articulista não foi ainda capaz de intuir é que o que está ocorrendo no Brasil é uma polarização devida à valorização da ética moral que, dia após dia, emerge da base da pirâmide social. Essa novidade, antes nunca vista neste país, criou um desespero latente nos que sempre impuseram -de cima para baixo- seus desvalores para a população e, por conta disso, estão, mais do que nunca, tentando desesperadamente mostrar uma realidade falsa. O homossexualismo sempre existiu e sempre existirá. Agora, que tais manifestações de comportamento, ultimamente mais agressivas, principalmente nos meios de comunicação de massa -em função da polarização-, venham a significar que o mundo se transformará numa Sodoma, mostra-se medíocre e nitidamente passional tal conclusão. A incursão do sr. Otavio Frias Filho no mundo artístico foi um fracasso, mas as idiossincrasias da libertinagem dos que compõem a maioria desse mundo mencionado parece que fizeram casa no seu corpo. Aliás, não dá nem pra saber se foi o ovo ou a galinha que veio primeiro..."
João Marcos Dourado (Recife, PE)

Fidelidade conjugal
``Um especialista em Aids, o norte-americano Malcom Potts, sustenta que as provas contra a camisinha são esmagadoras. O HIV -diz ele- tem um tamanho de 0,1 mícron, enquanto os preservativos têm, normalmente, poros de até 5 mícrons. Ante essa prova irrefutável da falibilidade dos anticoncepcionais, como não proclamarmos todos, com satisfação, a verdade de que o único meio realmente eficaz contra a Aids é a fidelidade conjugal?"
Fabrício Antonio Soares (Niterói, RJ)

Ombudsman
``Parabéns à Folha pela renovação por mais um ano do contrato de Marcelo Leite como ombudsman. Acho que a Folha seria muito triste sem o Zé Simão, muito hipócrita sem a Barbara Gancia e um desastre sem o Marcelo Leite."
Conceição Almeida (São Paulo, SP)

``Neste primeiro aniversário, quero manifestar meu apoio ao trabalho de Marcelo Leite. Em particular à sua crítica à ridícula exploração do episódio sem-terra/Sendero pela mídia. Esta costuma `abandonar' os assuntos sejam eles sérios ou levianos. Sem uma `criteriosa apuração dos fatos', as denúncias sérias ficam inócuas e as conversas levianas grassam impunes. Acompanho seu trabalho com fé na reconstrução de uma sociedade mais justa."
Luiz Dalpian (Santo André, SP)

Atlas
``Aleluia! Acabou de chegar o meu `Atlas Geográfico' encadernado, após nove meses de gestação. Para o gênero humano seria um parto normal, mas para uma encadernação, convenhamos."
Jacy Waldyr Fischer (Porto Alegre, RS)

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