São Paulo, sábado, 7 de outubro de 1995
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Poupança registra perda recorde de R$ 1,38 bi

CARI RODRIGUES
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Os fundos de commodities receberam R$ 8,972 bilhões em setembro, em consequência das novas regras criadas pelo governo para os fundos de investimento.
Somente a caderneta de poupança teve uma perda recorde de R$ 1,387 bilhão, o maior volume de saques registrado desde a implantação do Plano Real. O pior desempenho anterior da poupança no Real fora em setembro de 1994, quando as retiradas superaram os depósitos em R$ 1,084 bilhão.
As transferências de recursos vieram de bancos de pequeno e grande porte e saíram de outras aplicações, como caderneta de poupança, fundo de renda fixa, fundo de ações e fundão, de acordo com dados obtidos pela Folha junto ao mercado financeiro.
Os CDBs (Certificados de Depósitos Bancários) não perderam recursos em setembro -com depósitos superando as retiradas em R$ 4,666 bilhões- porque os fundos de commodities aplicam nesses papéis.
Além dos commodities e CDBs, não perderam dinheiro as aplicações em fundos de renda fixa de curto prazo.
A corrida aos commodities aconteceu porque eles -únicos a oferecer liquidez diária após 30 dias da aplicação- só podiam receber novos depósitos até o fim de setembro e acabarão em dezembro.
Desde outubro, somente os novos fundos criados pelo governo -que terão prazo mínimo de 30 dias e bons rendimentos somente a partir de 60 dias da aplicação- podem receber depósitos.
Até o dia 2 de outubro (segunda-feira), havia 364 fundos, conforme dados do Banco Central, com patrimônio líquido de R$ 16,075 bilhões até as 16h da sexta anterior. O saldo nos fundos antigos, até o dia 29, era de R$ 60,708 bilhões. Os FIFs estão em vigor desde o dia 1º de agosto.
Os commodities fecharam setembro com R$ 33,335 bilhões aplicados. Há apenas dois meses, antes da criação dos novos fundos de investimento, eles tinham patrimônio de R$ 20 bilhões.
Os commodities transformaram-se na terceira aplicação em patrimônio. Perdem apenas para os CDBs (R$ 78,082 bilhões) e poupança (R$ 58,415 bilhões).
Os fundos antigos foram substituídos por dois tipos básicos de FIFs: um fundo de curto prazo, que permitirá liquidez diária, mas com baixos rendimentos; e um fundo com prazo mínimo de 30 dias e rendimentos plenos em aplicações acima de 60 dias.
No fundo de curto prazo, o compulsório é de 40%; ou seja, de cada R$ 100 captados pelo banco, R$ 40 devem ser recolhidos ao BC sem remuneração, prejudicando os rendimentos do aplicador.

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