São Paulo, domingo, 8 de outubro de 1995
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Comércio de drogas não tem mais "chefões"

SERGIO TORRES
DA SUCURSAL DO RIO

Diferentemente do que ainda ocorre nos subúrbios, onde se destacam traficantes poderosos, na zona sul do Rio o comércio clandestino de drogas está dividido entre diversos criminosos de pouca expressão.
A polícia acredita que, na zona sul, passou a fase dos ``chefões" absolutos, como foram Zaca e Cabeludo, do morro Dona Marta (em Botafogo), Denir Leandro da Silva, da Rocinha (em São Conrado), e Fabinho, do Pavão, Pavãozinho e Cantagalo (em Copacabana e Ipanema).
Para o coordenador-regional de polícia na zona sul, delegado Luiz Antônio Ferreira, um traficante pode até dominar uma favela, mas prefere exercer esse controle de modo reservado.
``Se um deles fica muito visado, saindo no jornal todos os dias, está sujeito a, quando for preso, pegar muitos anos de cadeia. Eles estão fugindo dessa fama", disse o delegado.
Um dos exemplos dessa situação estaria ocorrendo no morro do Vidigal (zona sul).
Há dois meses, foi morto um homem que tinha o apelido de Gringo, apontado pela polícia como chefe do tráfico no local.
Até hoje, a polícia não sabe quem é o sucessor de Gringo.
Para o coordenador-regional, nenhum traficante do Vidigal se destacou a ponto de ter seu nome ou apelido conhecidos fora do morro.
No complexo de favelas do Pavão, Pavãozinho e Cantagalo, comanda a venda de cocaína e maconha um certo Billy Joe ou Bu Joe, de inexpressiva influência no CV (Comando Vermelho), facção criminosa à qual é vinculado.
Na antes poderosa Rocinha, o tráfico é dividido entre pequenos chefes, cada um dono de uma área da favela. O mais conhecido deles atende por Zito e domina a parte alta do morro.
(ST)

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