São Paulo, domingo, 8 de outubro de 1995 |
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Cinco grandes têm a sua prova de fogo
ALBERTO HELENA JR.
Claro que carece de qualquer fundamento a suspeição de mutreta entre Palmeiras e Juventude. Aliás, ambos, exatamente para escapar dessa intriga, há tempos propuseram à CBF a alteração da tabela, antecipando essa partida em algumas rodadas. Mas a CBF nem sequer deu resposta ao pedido dos dois clubes. Resultado: o Juventude, um adversário que ofereceria normalmente uma resistência compatível com sua categoria, surge diante do alviverde imponente como um fantasma de três metros de altura por dois de largura. Jogando em seu campo, com a típica competitividade dos gaúchos, e disposto a afastar de si qualquer suspeita, o Juventude será uma parada duríssima. É verdade que o Palmeiras tem melhor elenco, um currículo mais ilustre e tal e coisa. Mas, na hora do vamos ver, o que vai contar mesmo será o espírito guerreiro desse time, que ainda não venceu nada nesta temporada. É hora de atestarmos se ainda lateja na alma alviverde o campeão que até agora andava cochilando. Já o Cruzeiro, que revelou esse menino Marcelo, artilheiro com os pés e a cabeça, nos dois sentidos, posto que sabe jogar, é inteligente e sabe como enfiar a bola nas redes inimigas, só tem um problema: afinal, que Flamengo estará diante dele? Aquele dos sonhos, com Edmundo, Romário e Sávio aterrorizando as defesas, ou esse Mengo que se arrasta pelas tabelas, sem força nem carisma? Uma hora, a coisa vira. Será que a virada começa hoje? Virada mesmo deu esse São Paulo de Telê, que começou o torneio esgueirando-se pelas sombras para romper à luz do dia, na hora da decisão. Mas o São Paulo, embora tenha se recuperado surpreendentemente, precisa fazer dois resultados hoje, contra apenas um do Fluminense. Tem de ganhar do Inter, outro candidato ao título do primeiro turno, esta noite, no Morumbi, e torcer por uma derrota do Flu diante do Atlético, em Belo Horizonte. Ah, sim, também pode esperar por apenas um empate em Minas, mas aí teria de aplicar uma dessas goleadas impossíveis sobre o Inter. Impossível, sobretudo, porque o tricolor segue com um ataque que mal dá para o gasto, ainda que seu meio-campo brilhe, principalmente quando por ali o veteraníssimo Cerezo confere aquele toque de bola vertiginoso tão característico. Por outro lado, o Flu, mesmo com Renato Gaúcho baleado, parece um time predestinado a transformar em títulos a modéstia de seus demais jogadores. Assim, olhemos as estrelas; uma delas terá as três cores eleitas. Próximo Texto: Cruzeiro joga pela vaga com `calma' Índice |
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