São Paulo, domingo, 8 de outubro de 1995
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João Bosco se despede de sua onda no parque

SYLVIA COLOMBO
DA REDAÇÃO

Show: Na Onda que Balança
Com: João Bosco, Jamil Joanes e Alexandre Carvalho
Onde: praça da Paz, parque do Ibirapuera
Quando: hoje às 11h
Quanto: grátis

``Um galo sozinho não canta uma manhã". Pegando carona no verso de João Cabral de Melo Neto, João Bosco mostra todas as influências, ou galos, que cantaram na sua formação musical. O cantor faz apresentação gratuita do seu show ``Na Onda que Balança" hoje, às 11h, no parque Ibirapuera.
O show é o último antes do lançamento do novo disco ``Dá Licença, Meu Senhor", que Bosco gravou entre julho e setembro. O álbum reverencia seus grandes mestres, de Zequinha de Abreu a Dorival Caymmi, com novos arranjos feitos exclusivamente para instrumentos de corda.
Além de mostrar ``Na Onda que Balança", Bosco interpreta no show músicas de Adoniran Barbosa e Ari Barroso. ``Tocar meus ídolos e deixar claras as minhas influências é uma forma de refazer minha própria música."
A formação de trio de cordas tem sido a sua preferida há quase dois anos. Tocando com duas guitarras e um baixo, Bosco encontrou a versatilidade necessária tanto para as reinterpretações quanto para suas composições.

Público
Tocar ao ar livre contrasta com seu perfil. ``A luz do dia é um outro embate, opõe-se ao brilho da madrugada e à pose do público de teatros e casas noturnas". Por isso resolveu encarar a jornada como um trabalhador comum. ``No domingo vou ter meu dia de descanso sobre a relva."
Inevitável foi, diz ele, lembrar de Tom Jobim. ``Natureza sempre vai me fazer recordar dele, vou cantar uma homenagem durante a apresentação."
Bosco parte hoje mesmo para a Europa, para uma turnê de 32 shows. Depois viaja para o Oriente para um trabalho de pesquisa. ``Vou trazer novas sonoridades para minha música, gravar um disco e começar a trabalhar com um quinteto de cordas."
Entre elas, diz ele, nada de violoncelo. ``Moda de violoncelo na música popular nada mais é do que um chamado de Villa-Lobos, de qualquer lugar em que ele esteja, puxando a gente pela perna prá dizer que o celo é brasileiríssimo."

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