São Paulo, segunda-feira, 9 de outubro de 1995
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Africanas já superam homens em alguns países

AURELIANO BIANCARELLI
DO ENVIADO ESPECIAL AO RIO

Em todo o mundo, o número de mulheres com Aids deve empatar ou superar o de homens ate o ano 2000.
Nos países da África Negra abaixo do Saara, a proporção entre mulheres e homens infectados já é de seis para cinco. Nesses países, a prostituição começa muito cedo e as doenças sexualmente transmissíveis atingem grande parte da população, facilitando a entrada do vírus da Aids.
Os dados e as previsões são do Women and Aids, uma coalizão que reúne dez entidades internacionais voltadas para a educação e prevenção da Aids entre mulheres.
Um balanço da situação e um conjunto de propostas para impedir o avanço da doença foram apresentadas na 4ª Conferência da Mulher promovida pela nações Unidas no mês passado em Pequim, na China.
A conclusão é a de que a epidemia está crescendo muito mais rapidamente entre as mulheres mais pobres e mais jovens dos países do Terceiro Mundo.
Segundo a coalizão Women and Aids, 60% dos novos casos de infecção pelo HIV no mundo estão ocorrendo entre mulheres entre 15 e 24 anos -o dobro dos homens infectados nessa idade.
As explicações, ainda não confirmadas cientificamente, atribuem esse crescimento ao fato de as mulheres jovens procurarem companheiros mais velhos que já tiveram grande número de parceiros sexuais e que, por isso, teriam mais chance de ser infectados.
As mulheres mais jovens, sem maturidade sexual, são as mais vulneráveis. Finalmente, muitas mulheres sem formação educacional, baixos salários ou nenhum rendimento, não tem poder nem informação para exigir direitos de seus parceiros e dos órgãos públicos.
A coalizão alerta também para a necessidade de reconhecer a falta de esforços de prevenção entre as mulheres por parte dos governos.(AB)

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