São Paulo, segunda-feira, 9 de outubro de 1995
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Palestra e vitamina C

JUCA KFOURI

Na bela disputa entre os dois times apoiados pela Parmalat, deu vitamina C na cabeça, a patrocinadora do Cruzeiro. E foi tudo tão rápido que nem deu para nenhum dos lados sofrer.
O Palmeiras tratou de atrasar em dez minutos o início do seu jogo em Caxias do Sul. Foi o bastante para entrar nervoso, sabendo que Paulinho havia aberto o placar em Vitória, aos 3min, contra o arremedo de time chamado Flamengo, que, patrocinado pela Petrobrás, precisa de uma bela privatização, tão burocrático que está.
Mais nervoso ficou ainda o bicampeão brasileiro ao ser surpreendido logo aos 30s pelo gol contra de Antônio Carlos. É gozado: já imaginou se o gol contra fosse de Andrei, ex-Palmeiras, do Juventude? E um gol como aquele, no melhor estilo de um centroavante exímio no cabeceio?
Ainda mais com as chances claríssimas desperdiçadas por Adaílton e Grizzo, uma no primeiro e outra no segundo tempo. Teriam lançado a marmelada Parmalat.
O único consolo diante da classificação do Cruzeiro está na origem do clube mineiro, tão Palestra como o paulista. Irônico consolo.
Pior, de fato, está a situação do arqui-rival do Palmeiras, o Corinthians, que virou saco de pancadas e, diante do risco de ficar sem Marcelinho somada a aparentemente séria lesão de Célio Silva, terá de lutar para não ser rebaixado, em vez de buscar sua classificação para as semifinais.
Enfim, não há como negar justiça à classificação cruzeirense.
O Palmeiras pagou pelo mau começo, quando ainda tentava juntar os cacos da perda do tricampeonato paulista. Além do mais, a diferença acabou sendo o confronto direto entre Cruzeiro e Palmeiras, ganho pelos mineiros em pleno Parque Antarctica. Mas o sonho do tri brasileiro permanece vivo, mesmo que o Verdão tenha de conviver com a irregularidade de Muller, mais uma vez ausente na hora de decidir.
De todo modo, o Palmeiras é o time paulista com melhores possibilidades neste Campeonato Brasileiro. Porque qual será o futuro do São Paulo, agora sem Juninho, mais uma exportação de pé-de-obra, desta vez para investir na reforma do Morumbi?

Lisura no jogo da Parmalat, sujeira no futebol paulista. A rádio CMN, de Ribeirão Preto, deve pôr no ar fita gravada pelo repórter Alexandre Reis, provando manipulação de resultados para evitar o rebaixamento do Botafogo local e incriminando ex-árbitro da FPF.

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