São Paulo, segunda-feira, 9 de outubro de 1995
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Algumas lições ao término do 1º turno

MARCELO FROMER; NANDO REIS
ESPECIAL PARA A FOLHA

Ficou claro que mudar de técnico não é o x da questão e que, quanto mais fica insegura a posição do comandante, mais riscos correm os times. Ou será que ainda não ficou?

Já que o futebol brasileiro se consagrou tetracampeão mundial, teoricamente o Campeonato Brasileiro deveria ser o melhor campeonato do mundo. Teoricamente...

Esta história de que os times que andaram mal das pernas no primeiro turno estavam guardando seu precioso futebol para o segundo turno é balela. Vai ser um tanto difícil para esses times reverterem o quadro desfavorável. O mais provável é que os mesmos clubes que se deram bem no primeiro turno repitam a façanha no segundo.
Se bem que surpresas são sempre bem-vindas.

Onde anda a CBF? Aliás, para que serve a CBF?

Não dá para tapar o sol com a peneira. Os times e os estádios paulistas ressentiram-se da guerra contra as torcidas organizadas. E, passado algum tempo, se faz necessária uma nova avaliação para que possamos separar o joio do trigo, se é que há trigo nessa história.

A inconstância foi a tônica deste primeiro turno e nenhum time ainda mostrou ser realmente merecedor deste título tão cobiçado. Talvez o Palmeiras, mesmo sem ser ainda absolutamente brilhante, tenha despontado como o melhor time.
Quem tem Veloso no gol, Antônio Carlos na zaga, no meio o espetacular Amaral, o chique Mancuso e o incansável Cafu, e mais Rivaldo, Muller e Edílson não tem do que reclamar.

Não há a menor graça nos jogos de domingo, disputados às 19h por causa da televisão. Só não são piores do que os jogos de segunda à noite do Estadual do Rio do semestre passado. Tem coisa mais relevante para ser inovada!

Os jogos da seleção em meio a este confuso calendário são de fazer cócegas no mais insensível dos sovacos. Escalações sem critérios e excêntricas são o retrato da desorganização completa do futebol brasileiro. A complacência de Zagallo, sempre conformado com o quadro caótico em que ele mesmo se dispõe a trabalhar, é irritante.

Qualquer outro campeonato paralelo tem sido mais emocionante que o nosso raquítico Brasileirão.
Até a Supercopa tem trazido jogos mais instigantes, como aquele que culminou com o nocaute do ``bad boy" Edmundo. Para quem se diz esperto em demasia, lhe faltou um pouco de malícia. Mesmo para quem implica com Edmundo, aquele soco foi de uma covardia indesculpável.

Onde andará o Teimoso?

Cartas podem ser enviadas para Esporte, al. Barão de Limeira, 425, 4º andar, São Paulo, SP, CEP 01290-900 Marcelo Fromer e Nando Reis são músicos e integrantes da banda Titãs

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