São Paulo, terça-feira, 10 de outubro de 1995
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Andréia depõe à PF hoje

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A diplomata Andréia Rigueira David, 43, deve prestar depoimento hoje à Polícia Federal no hospital. Os policiais querem saber como ela abriu o envelope que continha a bomba e quem ela pensa que pode tê-la enviado.
Na sexta-feira, a polícia ouviu Rosa Januário Rodrigues, secretária de Andréia. Rosa recebeu em mãos o pacote com o livro-bomba, de uma pessoa que foi até sua sala. Ela disse não se lembrar do rosto da pessoa porque estava com enxaqueca.

Alta
Segundo a avaliação dos médicos, Andréia poderá ter alta a partir de amanhã.
Ela está com a irrigação sanguínea das mãos recuperada. De acordo com Elias Miziara, diretor do Hospital de Base de Brasília, não há mais risco de amputação.
Nenhuma sequela foi apontada na ecogafia de seu olho esquerdo, atingido na conjuntiva (parte branca) e na córnea (através da qual passa a luz) pela bomba.
Os médicos suspeitam de perda parcial de visão causada por inflamação no cristalino, o que pode ser corrigido por cirurgia.
Andréia consegue ver vultos de pessoas e objetos com o olho esquerdo. O outro olho não apresenta problemas.
Até agora as únicas sequelas permanentes são a perda de carne do polegar direito e as cicatrizes, o que ainda pode ser minimizado por cirurgia plástica.
Elias Miziara afirma que Andréia está de bom humor. ``Ela conversa bastante, mas nunca falamos sobre o atentado", afirma.
O ministro Luiz Felipe Lampreia (Relações Exteriores) visitou Andréia ontem, às 17h, por 15 minutos. Ele afirmou que conversaram apenas sobre amenidades.
Lampreia negou ontem que tenha se encontrado com Jorge Mirândola, o oficial de chancelaria preso pela Polícia Federal como suspeito de ter enviado o pacote-bomba.

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