São Paulo, terça-feira, 10 de outubro de 1995
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Maluf nega uso político do trajeto da prova

LUIS HENRIQUE AMARAL
DA REPORTAGEM LOCAL

O prefeito Paulo Maluf negou, na semana passada, que a prefeitura estivesse fazendo uso político da maratona, usando a transmissão da Globo para mostrar suas obras para todo o país.
``Você acha que eu tenho tempo para ficar pensando em percurso de corrida?", disse ele, quando perguntado sobre o assunto na quarta-feira, quando realizou a última inspeção do túnel antes de sua inauguração, no sábado.
A maratona passou por uma unidade do conjunto habitacional Cingapura, no Jaguaré (zona oeste), e por algumas avenidas reurbanizadas após canalizações de córregos.
Os maratonistas ainda correram sobre uma das mais polêmicas obras do prefeito Maluf, a extensão da avenida Faria Lima, que custou a ele críticas dos moradores desapropriados e de ecologistas.
Passaram também pela ponte Bernardo Goldfarb e pelos túneis Euríclides Jesus Zerbini (sob a avenida Francisco Morato) e Presidente Jânio Quadros (sob o rio Pinheiros).
Os último momentos da prova aconteceram no túnel Tribunal de Justiça de São Paulo (que passa sob a avenida Santo Amaro) e no túnel Ayrton Senna (sob o parque do Ibirapuera).
O vereador Carlos Zarattini (PT) acha que o prefeito fez uso político da prova e denunciou o fato na Câmara Municipal.
``A corrida é uma manobra propagandística. Se o percurso fosse na periferia, a TV não mostraria obra nenhuma, pois ela está abandonada", declarou.
O diretor da prova, Ricardo Gomes, diz que o traçado foi feito ``a partir das exigências da Federação Internacional de Atletismo".
Gomes é diretor de promoções da Koch Tavares, que promoveu a prova junto com a Rede Globo e a prefeitura. Segundo ele, o objetivo foi ``mostrar a cidade" e não ``fazer política".
(LHA)

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