São Paulo, terça-feira, 10 de outubro de 1995
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Indústria paulista fecha 103,8 mil vagas, mas ritmo de demissões cai

ANTONIO CARLOS SEIDL
DA REPORTAGEM LOCAL

O número de trabalhadores demitidos pela indústria de São Paulo em 95 ultrapassou a marca de 100 mil no mês passado. Mas o ritmo das demissões está diminuindo.
O nível de emprego na indústria paulista teve queda de 1,39% em setembro, representando o fechamento de 31.418 vagas, informou ontem a Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo). Na quarta semana do mês, foram fechados 10.350 postos de trabalho.
Em agosto, foram fechadas 57.632 vagas. ``O mês de agosto foi o fundo do poço das demissões na indústria", disse Horácio Lafer Piva, diretor titular do Departamento de Pesquisas da Fiesp. ``O ritmo das demissões deverá ser mais brando neste último trimestre do ano."
No ano, o resultado acumulado registra um recuo de 4,49% no nível de emprego, significando menos 103.812 postos de trabalho na indústria de transformação de São Paulo. Nos últimos 12 meses, a queda é de 3,03% (fechamento de 69.620 vagas).
Piva disse que a redução do ritmo das demissões nos próximos meses resultará de fatores sazonais (aumento do consumo por causa das festas de fim de ano).
Para ele, as medidas de flexibilização do arrocho monetário (juros altos e restrições ao crédito) ainda não estão tendo reflexo na atividade econômica.
A Fiesp espera aumento do consumo de bens não-duráveis (alimentos, vestuário e produtos de limpeza) nos próximos meses.
Segundo Piva, a taxa de juros ``ainda está muito alta" para permitir um aumento significativo do consumo de bens duráveis (eletroeletrônicos e automóveis, por exemplo).
Em setembro, apenas oito setores da indústria paulista, entre os 46 pesquisados pela Fiesp, apresentaram desempenho positivo (admissões maiores que as demissões). O desempenho foi negativo em 26 e estável em 12 setores.
Entre os setores com resultados positivos estão adubos e corretivos agrícolas (3,88%); congelados e supercongelados (2,28%) e mármores e granitos (1,82%).
Entre os que mais demitiram estão perfumarias e artigos de toucador (-7,14%); calçados de Franca (-5,51%) e artefatos de ferro, metais e ferramentas (-5,02%).

Texto Anterior: Para Valentino, governo acaba com cota em 96
Próximo Texto: GM terá linha de caminhões nova em 96
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.