São Paulo, terça-feira, 10 de outubro de 1995
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Kasparov já pensa em disputa com rival Karpov

RUBENS LEME DA COSTA e ANDRÉ FONTENELLE

RUBENS LEME DA COSTA; ANDRÉ FONTENELLE
DA REPORTAGEM LOCAL

Próximo de manter o título mundial de xadrez, na série contra o desafiante indiano Viswanathan Anand, o russo Garry Kasparov já pensa em um tira-teima contra seu arqui-rival Anatoly Karpov.
Kasparov estava a apenas um empate do título, ontem, antes da 17ª partida da série contra Anand. Tinha 4 vitórias, contra 12 empates e apenas uma derrota.
Todos os jogos, que tiveram início no dia 11 de setembro, foram realizados no 107º andar do World Trade Center, em Nova York, nos Estados Unidos.
Kasparov é o campeão da PCA (Associação de Xadrez Profissional). O campeão da Fide (Federação Internacional de Xadrez) é outro russo, Anatoly Karpov.
Se confirmar o título, Kasparov espera o vencedor da disputa pelo título da Fide, entre Karpov e o norte-americano Gata Kamsky -ainda sem data-, para realizar um confronto que unifique o título.
O confronto Kasparov x Karpov é aguardado com expectativa pelo mundo do xadrez. Os dois são os maiores rivais da história do jogo.
``Hoje, Kasparov é praticamente invencível. Apenas Karpov poderia vencê-lo", afirma Antônio Bento de Araújo Lima Filho, presidente da Confederação Brasileira de Xadrez.
Kasparov, 32, fez sua quinta defesa do título. Manteve-se campeão em todas as anteriores, sendo três contra Karpov e uma contra o inglês Nigel Short.
A disputa entre Kasparov e Anand foi desigual. Após a primeira vitória do indiano, na nona partida, com uma Defesa Siciliana, Kasparov reagiu e venceu quatro jogos em cinco, dizimando qualquer esperança de reação do seu oponente.
Após ter seu título cassado pela Fide, por não ter concordado com o prêmio oferecido, Kasparov fundou a dissidente PCA.
Fez sua própria decisão contra o inglês Nigel Short. Em represália, a Fide promoveu a disputa do título entre Karpov e o holandês Jan Timman. Karpov venceu e recuperou o título que perdera para o próprio Kasparov, em 85.
Em 96, a Fide e a PCA devem voltar a ser uma entidade única.

Com agências internacionais

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