São Paulo, quinta-feira, 12 de outubro de 1995
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Saída de Bacha não é surpresa, diz Malan

BNDES

DE WASHINGTON; DAS SUCURSAIS

O ministro da Fazenda, Pedro Malan, elogiou ontem em Washington a nomeação de Luiz Carlos Mendonça de Barros para a presidência do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social): ``É uma grande figura, uma grande aquisição, um sujeito experiente, hábil, competente".
Malan também disse que a saída de Edmar Bacha do cargo ``não deveria ter surpreendido a ninguém", porque era esperada.

FHC
O presidente Fernando Henrique Cardoso lamentou a saída do governo de Bacha.
"Edmar é um dos meus melhores amigos. Eu lamento muito (a saída) porque ele é uma pessoa muito importante para o governo", disse FHC. ``Quando foi para o BNDES, ele já foi condicionado a ficar um certo tempo. A vida é assim mesmo".
O presidente demissionário do BNDES disse, no Rio, que as críticas ao ritmo das privatizações resultaram da existência de ``uma área majoritária muito forte" favorável ao programa.
``Entrei para o governo arrastado e permaneci contrariado", disse Bacha, reafirmando que sai por motivos exclusivamente pessoais, aproveitando o momento de estabilidade ``com a inflação de 1%".
Um dos principais formuladores do Plano Real, Bacha disse que o plano é um sucesso ``do ponto de vista histórico e geográfico".
Sob o aspecto geográfico, Bacha disse que o plano brasileiro é hoje comparado a outros bem-sucedidos, como os do Chile e de Israel, vistos como modelos para os países do Leste Europeu.
Sobre o FSE (Fundo Social de Emergência), Bacha disse que, ``meio que como pai da criança, não esperava que ela tivesse uma vida muito longa".

Posse em novembro
Apesar de a mudança na direção do BNDES já ter sido anunciada formalmente anteontem pelo governo, Mendonça de Barros tomará posse somente na primeira semana de novembro.
Isso porque ele precisa desligar-se da iniciativa privada. Mendonça de Barros é sócio-diretor do Banco Matrix, com sede em São Paulo, com um dos pais do Real, o economista André Lara Resende.
Segundo o Ministério do Planejamento, Edmar Bacha continuará à frente do BNDES até a efetivação da mudança, em novembro. Depois, voltará à vida acadêmica.

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