São Paulo, quinta-feira, 12 de outubro de 1995
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Inadimplência alvinegra enfrenta a Lusa

MATINAS SUZUKI JR.
EDITOR-EXECUTIVO

Meus amigos, meus inimigos, esgota-se hoje, segundo tudo indica, a trégua que a torcida corintiana, que estava com a barriga cheia de conquistas, deu ao time no primeiro turno do Brasileiro.
A péssima campanha, até agora, foi perdoada, como os amantes preenchidos com alta dosagem nos afetos, perdoam as falhas recíprocas. Mas, agora, Eduardo Amorim e os jogadores sabem que correm o risco de entrar no saldo devedor.
O diabo é que a dívida terá que ser paga justamente em cima da Portuguesa, osso duríssimo de roer, que, entre outras vitórias no cartel, tem os triunfos contra o campeão do Grupo B, Fluminense, e contra o vice, Internacional.

A boa vitória, de virada, sobre o Boca meia-boca, foi um presente são-paulino aos cinco anos do "seu" Telê Santana, um homem, como se sabe, que deu uma contribuição notável para a modernização do futebol brasileiro.
Se, nesses poucos anos de existência desta coluna, ela tivesse que eleger apenas uma pessoa como a mais importante para o futebol brasileiro dos anos 80 para cá, seria difícil encontrar um nome para competir com o de Telê Santana.
Infelizmente, como as suas idéias ficaram longe da aplicação efetiva, por causa da crônica incompetência administrativa no futebol local, o time do São Paulo é obrigado a voltar a campo hoje, depois de ter jogado no último domingo e na terça.
É lastimável. Mas é pior: no sábado, o São Paulo joga novamente.

O Palmeiras joga as suas últimas fichas. Pega um Vasco cambaleando pelos sucessivos nocautes. Como o Corinthians, está no devedor, só que a sua inadimplência acumula-se pelo ano.
Mesmo assim, está correta a decisão de manter o técnico Carlos Alberto Silva.

O São Paulo lançará uma megacampanha para tornar o Morumbi um dos estádios mais modernos do mundo. Espera contar, para isso, com a contribuição de torcedores de outros clubes.

Segunda colocada no ranking da Fifa, a Espanha, ontem, carimbou o passaporte para a Eurocopa de Seleções 96, ao empatar com a Dinamarca, fora de casa, em 1 X 1. Jogou pouco, mas, como venho dizendo, o fut espanhol está em evolução.
Meus amigos, meus inimigos, prestem atenção na nova geração de miguelitos que está despontando nas arenas hispânicas, entre eles, o merengue Raúl, do Real Madrid, e o De La Peña, do Barça.
Aliás, o holandês voador Johann Cruyff, que está para o Barcelona assim como Telê está para o São Paulo, apostou mesmo na renovação do time catalão: na última rodada do Espanhol, a média de idade do seu time era de 22 anos.

Pago uma dose de tequila se você adivinhar quem é o artilheiro do Campeonato Mexicano? Não sabe?
É o velho e bom Tita, aquele mesmo, do Flamengo e da seleção. Nem tudo é plena juventude no mundo.

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