São Paulo, sexta-feira, 13 de outubro de 1995 |
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`Para capturar, a polícia falha'
WILLIAM FRANÇA; SEBASTIÃO MONTALVÃO
Segundo Pareja, a imprensa "armou um circo em torno de sua história, o transformou num mito, e o acusou de ser perigoso e jurar pessoas de morte. ``Nunca ameacei uma barata." Pareja disse que ``é mais humano que muitas pessoas de bem que ficam soltas na sociedade", planeja contar suas aventuras em dois livros e, após deixar a prisão, quer virar empresário. No depoimento que prestou à Justiça, ontem no Fórum de Goiânia, Pareja permaneceu calmo e até sorridente. Falou de suas fugas e zombou da polícia, dizendo que dificilmente seria preso. Para explicar sua fuga anterior do Cepaigo, em 94, disse que tinha problemas com os outros detentos. ``Eu teria que matar ou morrer." Também negou ser um criminoso de alta periculosidade. ``São eles (policiais) que me consideram perigoso. Nunca matei ninguém." À mãe, Luzia Rodrigues do Santos, que o acompanhou, disse que pretendia fugir para a Bolívia, mas desistiu temendo um fracasso. A seguir, os principais trechos de suas entrevistas: Pergunta - Faltou inteligência da polícia? Leonardo Pareja - Não me pegaram pela incompetência deles. Em investigação até conseguiram, mas, para capturar, são falhos. Foram me pegar como se tira uma laranja de uma árvore. Comigo foi diferente. Pergunta - Você se arrepende do que fez? Pareja - Não, porque não prejudiquei ninguém, ainda. Quando assalto, não ofendo ninguém e peço muito a Deus para a pessoa não reagir e não precisar machucar. Pergunta - Se você não tem medo de morrer, como disse, porque se entregou? Pareja - Não tenho medo de um confronto com a polícia. Mas me preocupei mais em não prejudicar a vida de pessoas de bem. Colaborou SEBASTIÃO MONTALVÃO, free-lance para a Agência Folha, em Goiânia. Texto Anterior: Sequestrador se entrega em Goiás Próximo Texto: Sequestrador se esconde em Goiás e Minas Índice |
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