São Paulo, sexta-feira, 13 de outubro de 1995 |
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EUA esperam 500 mil em ato de negros
CARLOS EDUARDO LINS DA SILVA
A ``Marcha de 1 Milhão de Negros", como está sendo chamada pelos promotores, tem o objetivo de ``proclamar a autoconfiança da comunidade negra" nos EUA, segundo Louis Farrakhan, líder do grupo. A passeata está sendo vista com temor por muitas lideranças brancas e negras, devido ao caráter anti-israelense da Nação do Islã. O presidente dos EUA, Bill Clinton, acha ``encorajador que pessoas se reúnam para promover conceitos de responsabilidade pessoal", mas tem ``profundas reservas a respeito dos organizadores da marcha", segundo seu porta-voz. O deputado negro Gary Franks, do partido de oposição ao governo (Republicano), comparou a Nação do Islã à organização racista branca Ku Klux Klan e disse que as duas ``merecem desprezo por suas crenças perversas". A organização judaica Liga Antidifamação publicou um anúncio de página inteira em vários jornais do país no qual classifica a marcha como ``o maior evento liderado por um grupo anti-semita na história recente dos EUA". Farrakhan, 62, iniciou sua vida pública como assessor de Malcolm X (1925-65), o líder negro que, em 1963, rompeu com a Nação do Islã e seus princípios de separatismo negro e, dois anos depois, foi assassinado. Dono de retórica explosiva, Farrakhan chamou o papa de ``representante do anticristo", o judaísmo de ``religião de sarjeta" e católicos, judeus e homossexuais de ``diabos brancos". Entre os oradores já confirmados para a manifestação estão a poeta Maya Angelou, o reverendo Jesse Jackson e a pioneira do movimento pelos direitos Civis Rosa Parks, além do próprio Farrakhan. Entre os que não aceitaram o convite de Farrakhan para comparecer estão o general Colin Powell, o ator O. J. Simpson e seu advogado Johnnie Cochran e a viúva de Martin Luther King Jr., Coretta Scott King. Farrakhan não quer mulheres na passeata. Elas devem ficar em casa na segunda-feira, bem como os homens que não possam ir à manifestação. Ele também pede a todos os negros do país que não gastem dinheiro na segunda. (CELS) Texto Anterior: O. J. tenta adiar nova ida ao tribunal Próximo Texto: Carter é o favorito ao Nobel da Paz, hoje Índice |
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