São Paulo, sábado, 14 de outubro de 1995
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Movimento avalia que teve ganhos com ações

DO ENVIADO ESPECIAL

A direção nacional do MST considera que as ações dos sem-terra no Pontal do Paranapanema e o destaque que elas conseguiram junto à mídia servirão para impulsionar a discussão sobre os problemas fundiários no país.
A Folha apurou que, animados pela repercussão dos acontecimentos na região, os líderes do movimento estariam dispostos a deflagrar uma nova onda de invasões. Na avaliação dessas lideranças, diante desse quadro, o governo federal seria forçado a acelerar decisões em relação à reforma agrária.
Um dos coordenadores nacionais dos sem-terra que se dirigiram ao Pontal, Gilmar Mauro, diz nunca ter visto um momento tão propício para que seja dado um impulso decisivo na solução dos problemas da terra no Brasil.
"O governo (federal) demonstra estar interessado na solução do problema, mas ainda é muito lerdo na adoção de medidas concretas, avalia Mauro.
Para José Rainha Júnior, líder do movimento no Pontal, ``o governo (Fernando Henrique Cardoso) está desperdiçando a chance de ficar na história como aquele que deu o maior passo na solução dos problemas do campo no país.
Mauro e Felinto Procópio, o Mineirinho (outro coordenador nacional), foram destacados para acompanhar as negociações entre as autoridades paulistas os sem-terra do Pontal.
A Folha apurou que a presença deles nessa área de conflito se deve à preocupação que a direção nacional do MST estava tendo com o desenrolar dos acontecimentos.
Para o comando nacional, a exposição diária à mídia poderia se transformar em uma faca de dois gumes. Qualquer decisão equivocada ou deslize por parte dos líderes locais, poderia virar a opinião pública contra o movimento.
Os avanços e recuos na negociação para a desocupação da área da usina da Cesp teriam sido o motivo determinante da viagem dos dois líderes para o Pontal.

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