São Paulo, domingo, 15 de outubro de 1995
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Qualificados ganham menos

AUGUSTO GAZIR
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O governo federal paga salários menores que os da iniciativa privada a sua mão-de-obra qualificada e maiores às pessoas sem especialização.
Recepcionistas, ascensoristas e garçons, por exemplo, recebem mais do que o dobro do salário pago no setor privado. Em compensação, um engenheiro e um contador recebem cerca de 40% a menos.
A distorção dos salários é revelada por um levantamento do Mare (Ministério da Administração e da Reforma do Estado), que compara os salários médios dos setores privados e públicos, com valores atualizados em maio de 95.
Segundo o levantamento, os ``cargos executivos" (gerentes e diretores) no setor público têm remuneração média de R$ 5.736, enquanto no setor privado o salário médio é de R$ 7.080.
Para os ``cargos de nível superior" (advogado, arquiteto e etc.), os salários médios são de R$ 1.899 (setor privado) e R$ 1.814 (setor público). Os ``cargos operacionais" (motorista, telefonista, digitador e etc.) recebem, em média, R$ 437 na iniciativa privada e R$ 635 no serviço público.
Um diretor financeiro, que na iniciativa privada recebe R$ 10,2 mil, ganha, no serviço público, em média, R$ 6,5 mil. Uma copeira funcionária pública tem salário médio de R$ 563. No setor privado, ganha R$ 278.
Segundo o plano diretor do Mare para a reforma do Estado, a principal consequência dessa distorção nos salários ``é a dificuldade em recrutar pessoas qualificadas na administração pública".
``Precisamos remontar o cérebro da administração pública", afirmou Claudia Costin, secretária-executiva do Mare.
A partir deste ano até 1999, o governo fará um concurso anual para contratar ``altos funcionários".
Segundo Costin, a área administrativa do governo federal está ``inchada", mas não haverá demissões.

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