São Paulo, domingo, 15 de outubro de 1995
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Acusada de se fingir de homem perde marido

VANDECK SANTIAGO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM DIAS D'ÁVILA (BA)

A jogadora de vôlei acusada de se passar por homem para enganar uma colega e namorá-la por 15 dias também perdeu o marido.
Raul Gordilho Neto, treinador da seleção feminina de vôlei de Dias D'Ávila (cidade de 30 mil habitantes no interior da Bahia), separou-se de Cássia Cirlene Carvalho da Silva, 18.
Cássia foi acusada por outra jogadora da equipe, Suzy de França Bessa, também de 18 anos. Ela afirma não ter percebido nada de errado em ``Cláudio", nome com o qual Cássia se apresentava, no início do namoro.
Suzy afirma que o romance durou 15 dias e que, durante esse tempo, não manteve relações sexuais com ``Cláudio".
Diz que, quando se abraçavam, ``sentia um volume" onde deveria estar o pênis do companheiro. ``Não tinha nenhuma experiência, nunca namorei antes", afirma a jogadora.
Suzy diz que Cássia vestia calças de homem, falava grosso como homem, a beijou e a abraçou.
Fez mais: teria convidado seu pai, Florentino de Oliveira Bessa, 49, para jogar bola.
Florentino confirma tudo e diz que Cássia se transformava ``direitinho". ``Ela chegava aqui em casa e nem eu desconfiava."
Cássia não desmente ter se vestido como homem, mas diz que combinou tudo com Suzy por causa ``da família" da amiga, que não podia saber que ela gostava de mulher.
Sua mãe, Cleide Carvalho, diz também que Suzy quer parecer ``santa", mas que todos sabem que ``ela gosta mesmo é de mulher".
O verdadeiro sexo de Cássia foi descoberto por uma vizinha de Suzy, que levantou a camisa dela e viu seios cobertos por uma faixa de gaze.
Com a descoberta, o pai de Suzy levou a filha à delegacia.
O delegado Luiz Freaza afirma haver ``fortes indícios" de que uma outra garota também foi enganada por Cássia, que é acusada de falsidade ideológica.
Ela conheceria Suzy havia sete meses. As duas jogavam na equipe do marido de Cássia, Raul. Ele foi procurado pela Agência Folha, mas não foi encontrado.

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