São Paulo, domingo, 15 de outubro de 1995
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Professor dribla crise com criatividade

MARIA SANDRA GONÇALVES
DA REPORTAGEM LOCAL

O professor tem pouco a comemorar hoje, em seu dia. Salários e condições de trabalho péssimos fazem do magistério uma carreira em que o essencial é ter vocação.
Limitado a esse período, o professor de rede pública que dê aulas para turmas de primeira a quarta série ganha R$ 200 por mês.
Na rede privada, de acordo com o Sinpro (Sindicato dos Professores Particulares de São Paulo), a carga horária varia entre 22 e 25 horas semanais e o salário vai de R$ 354 a R$ 1.732,64 -a média fica em torno de R$ 840.
``A maioria dobra a jornada, eliminando possibilidades de reciclagem", afirma Roberto Felício, 43, presidente da Apeoesp (Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo).
Alguns profissionais, porém, têm encontrado soluções criativas para driblar a crise.
Simone Andrioli de Castro Andrade, 27, partiu para o negócio próprio, sem fugir da vocação.
Formada em inglês, Simone começou a dar aulas em 1990. Trabalhou em várias escolas. ``Ganhava por hora e os valores eram muito baixos", afirma.
O Brasil é um dos países que pagam o pior salário para professores. As melhores remunerações estão concentrados em grandes colégios particulares (veja ``Indifolha" e ranking abaixo).
``Tentei dar aulas particulares, mas não deu certo. Resolvi meu problema quando conheci a franquia The Kids Clubs", diz.
Para ela, os principais atrativos da franquia foram o baixo investimento inicial -cerca de R$ 2.000- e a facilidade de não precisar ter uma sede fixa para o funcionamento da escola.
Desde agosto, Simone dá aulas em condomínios e escolas para crianças entre três e dez anos. Atualmente tem 40 alunos. Seu lucro mensal é de R$ 700.
``Em um ano, pretendo ter cem alunos e rendimento de R$ 2.000 mensais", planeja.
O mercado oferece várias oportunidades. A Folha apresenta nesta edição 378 vagas em 15 instituições de ensino de São Paulo.

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sobre professores na pág. 6-3.

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