São Paulo, domingo, 15 de outubro de 1995 |
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esquiando no quintal texto Lúcia Cristina de Barros LÚCIA CRISTINA DE BARROS
A estação do ano: primavera. O cenário: um casarão no Pacaembu, com 5.200 m2 só de jardim. O desafio: descer com esquis uma rampa de piso sintético japonês de 8,5 m de comprimento e 45 graus de inclinação, atravessar a piscina e chegar o mais longe possível do outro lado. A façanha não é para principiantes -que já caem ainda na rampa ou ao entrar na piscina. Mesmo assim, 55 pessoas pagaram R$ 10 e se inscreveram para a etapa eliminatória. A taxa foi cobrada para gerar nos participantes "um compromisso", segundo o organizador, Thomas Kowarick. Ele define o perfil dos competidores: "gente que tem um nível mais elevado de loucura". Além de botas e esquis próprios. Dos candidatos, cerca de 25 passaram para a final, disputada no dia 4, à noite. Desses, só quatro mulheres -três irmãs: Lucila, Ana Elisa e Ana Carolina Salvatore. Cadela esportiva A noite foi agitada: de competidores que atropelaram o mergulhador salva-vidas que ficava na piscina à Kika, a cadela da raça retriever, de Kowarick, que também aproveitou a oportunidade para nadar. O campeonato é único no mundo: fruto da imaginação de Kowarick, 25, mãe americana e pai brasileiro, residente há dez anos nos EUA. A inspiração veio de um esporte semelhante praticado naquele país: os competidores descem a montanha nevada e atravessam um laguinho aberto no chão. Mas esqui sem neve, esse só mesmo aqui. A razão para tanto investimento é simples: os brasileiros são o segundo maior grupo internacional a frequentar Aspen (atrás dos australianos) e o quinto a passar por Vail -ao todo, são 10 mil visitantes por ano. É a este público que já esquia lá ou em outras partes do mundo que a competição se destina -em lugar das promoções usuais de estações de esqui, destinadas a agentes de viagens e pessoal de turismo. Texto Anterior: a recriadora da arquitetura Próximo Texto: esquiando no quintal Índice |
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