São Paulo, domingo, 15 de outubro de 1995
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Consórcio de carro está menos atraente

DA REPORTAGEM LOCAL

A volta dos consórcios com prazo longo -mínimo de 50 meses e máximo de 60 meses- aumenta as opções de formas de pagamento na compra de carros novos.
Além da compra à vista -na maioria das vezes com descontos oferecidos pelas concessionárias-, existem, além dos consórcios, opções de financiamento sem juros e em até 36 meses.
O economista José Dutra Sobrinho sugere aos interessados em comprar carro pelo sistema de consórcio que depositem a cada mês, em caderneta de poupança, a mesma quantia que iria para o pagamento das prestações.
``Em 36 meses, o cliente teria dinheiro suficiente para comprar à vista o carro oferecido por um consórcio de 50 meses", afirma.
Para o economista, isso só não aconteceria se o preço do carro nesse período subisse numa proporção muito maior que a inflação.
``Acho que a tendência natural é de que os preços dos automóveis caiam ainda mais", afirma.
O presidente da Abac (associação das empresas de consórcios), Vitor Bonvino, não concorda com o raciocínio do economista.
Diz que o diferencial do sistema é a possibilidade de o cliente ser sorteado e sair dirigindo um carro novo apenas com uma parcela paga (veja quadro abaixo).
``A maioria das pessoas não teria disciplina suficiente para depositar todo mês uma quantia de dinheiro equivalente à prestação de consórcio", diz Bonvino.
Outra vantagem apontada por ele, em comparação aos sistemas de financiamento, é com relação aos custos, cobrados pelas administradoras, relativos à taxa de administração e ao fundo de reserva.
``Numa hipótese exagerada de um acréscimo de 18% sobre o valor do carro, teríamos um custo mensal de 0,35% ao mês nas prestações. Qual é o plano de financiamento que trabalha com esse percentual?", questiona.
Bonvino se refere à taxa de juros cobradas nos financiamentos de automóveis, que não costuma ser inferior a 1,5% ao mês.

Consumidores
O comerciante José Antonio Perdigão paga prestações de dois consórcios para a aquisição de um Gol Plus e de um Corsa GL 1.4, ambos de 50 meses.
``Sempre participei de consórcio porque é uma maneira forçada de poupança, pois não conseguiria me disciplinar para depositar esse dinheiro no banco."
Na avaliação de Perdigão, a idéia da caderneta de poupança é boa. ``É um argumento para exigir das administradoras de consórcio menores taxas de administração."
Perdigão paga R$ 349,63 de prestação do Corsa GL e R$ 262 do Gol Plus.
O consultor de vendas Edson Carlos de Almeida entrou em um consórcio para a compra de um Gol CLi 1.6 em 50 meses e paga R$ 335 por mês.
``Só não comprei à vista porque pediram 40% do valor do carro de entrada", diz.

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