São Paulo, segunda-feira, 16 de outubro de 1995
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Leilões são opção para quem quer pagar menos

DANIELA FERNANDES
ESPECIAL PARA A FOLHA

Os consumidores em geral não têm o hábito de frequentar leilões de companhias que querem renovar seus equipamentos.
Com isso, perdem a chance de comprar veículos, máquinas, equipamentos de informática, linhas telefônicas, móveis e eletrodomésticos com preços 20% a 30% abaixo dos valores de mercado.
Esse tipo de negócio é dominado por empresas de revenda de objetos usados. ``Estamos trabalhando para conquistar o comprador final", afirma o leiloeiro Guilherme Valland Júnior, 33, da Valland Leilões Oficiais.
O sistema pode ser vantajoso para vendedores e compradores.
Os consumidores oferecem valores superiores aos pagos pelos intermediários e, ao mesmo tempo, podem pagar preços abaixo dos de mercado.
As mercadorias são adquiridas à vista, no estado em que se encontram, e não têm garantia.
``Por esse motivo, é importante que o comprador avalie o estado do bem antes do leilão e saiba também qual é a sua origem", diz o leiloeiro Marcelo Valland, 28.
Segundo ele, existem leilões chamados ``vendas montadas", que reúnem vários produtos. Nesses casos, os leiloeiros não têm nenhuma preocupação quanto à origem e documentação dos bens.
``É importante que o consumidor esteja com alguém que entenda do assunto no momento de analisar a mercadoria", diz Elisete Myazaky, chefe da divisão técnica do Procon (Coordenadoria de Proteção e Defesa do Consumidor).
Antes de cada leilão, os objetos ficam expostos por até dois dias.
Myazaki afirma que o comprador deve saber se o bem apresenta problemas de funcionamento e se existem peças de reposição no caso de produtos importados ou antigos. ``A credibilidade do leiloeiro é fundamental", diz.
O casal Telma, 33, e Frederico de Carvalho Braga, 32, engenheiro, adquiriu um Kadett em leilão. Ele visitou o local onde os veículos estavam expostos, avaliou o estado de alguns e selecionou aqueles de sua preferência.
``Pagamos entre 20% e 25% mais barato. Fizemos revisão e nunca tivemos problema", dizem.
A falta de hábito dos consumidores de ler os cadernos e editais de leilão explicaria, na opinião do leiloeiro Claudio Cohn, 31, o número ainda restrito de pessoas que comparecem aos leilões. ``Existem sempre boas oportunidades", diz.
Os Valland estão leiloando hoje 117 linhas telefônicas do Banespa distribuídas em várias regiões de São Paulo.
No próximo dia 31, eles irão leiloar 52 carros do Banespa e equipamentos de informática da Santista e da Dow Química.
Segundo Marcelo Valland, o consumidor poderá adquirir impressoras com pouco uso por preços entre R$ 100 a R$ 150.

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