São Paulo, segunda-feira, 16 de outubro de 1995 |
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Juninho acha que habilidade supera futebol-força inglês
JOÃO CARLOS ASSUMPÇÃO
Em entrevista à Folha, momentos antes de ir para o aeroporto, ele falou sobre a viagem. Folha - Como é que você se sente ao dar início a uma nova etapa de sua carreira? Juninho - Estou aliviado porque a hora está chegando. A minha negociação se arrastou um pouco e, por mais que você tente ficar calmo, vem um certo nervosismo. Eu estava ansioso. Quando o negócio foi fechado, fiquei mais tranquilo. Folha - Você não tem medo de ter problemas de adaptação, como está acontecendo com o Viola, na Espanha? E você ainda vai ter o problema da língua, que no caso do Viola é menos traumático pela semelhança do espanhol com o português. Juninho - Não. Eu estou encarando como uma boa experiência. Minha família vai junto, meu pai, minha mãe, minha irmã. Vamos ter um professor particular de inglês e acho que em três meses estaremos nos virando bem. E, qualquer coisa, se não der certo, existe sempre a possibilidade de voltar. Folha - E qual é a sensação de ter virado uma mina de ouro? Afinal, como você mesmo disse, sua família se muda para a Inglaterra, seu pai deixa o emprego no Brasil e todos passam a viver em função de seu futebol. Juninho - Não é bem assim. Meu pai ajudou muito na minha negociação. Folha - O futebol europeu é considerado o futebol-força. Com sua altura (1,67 m) e peso (58 kg), você acha que aguenta? Juninho - Acho que sim, mas só o tempo vai poder dizer. Eu já enfrentei times duros, zagueiros que batem forte e me saí bem. Não é porque eles jogam o futebol-força que sejam violentos. Aqui na América do Sul existem times bem mais violentos. O Brasil já mostrou que a habilidade supera o futebol-força. E os ingleses admiram o futebol-arte. Foi por isso que me contrataram. Texto Anterior: Luta causa morte de boxeador escocês Próximo Texto: Meia-atacante já teme ostracismo Índice |
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