São Paulo, segunda-feira, 16 de outubro de 1995
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Dionne Farris improvisa show com Marsalis

MARCEL PLASSE
ESPECIAL PARA A FOLHA

Dionne Farris vai ter pouco tempo para ensaiar com o grupo Buckshot LeFonque, de Branford Marsalis. Eles nunca tocaram juntos. Chegam na quarta e vão ter um dia para ensaiar o show, que acontece na quinta no Palace.
O que seria do jazz sem o improviso?
``Vai ser meio em cima da hora, mas não perderia a chance de tocar com Branford por nada", Farris disse à Folha, por telefone, de sua casa em Atlanta, no Estado da Geórgia, sul dos EUA.
Atlanta ganhou projeção, nos últimos anos, como terreno fértil para o renascimento do rhythm & blues americano. ``TLC mora aqui, assim como o produtor Jermaine Dupri. É ainda a base das gravadoras So So Def e LaFace", Farris conta. ``Atlanta se tornou o destino de muitas pessoas que buscam carreira na música, como eu mesma, que vim de New Jersey".
O rhythm & blues define melhor a atual fase de Farris, mas a versatilidade da cantora é adequada ao projeto dançante do Buckshot LeFonque. Farris se destacou há três anos, pelo sucesso da música ``Tennessee", que marcou a estréia do grupo de hip-hop Arrested Development. Desde então, tomou o rumo solo e lançou, no início do ano, o primeiro LP individual, ``Wild Seed -Wild Flower".
Há pouca chance de ouvir ``Tennessee" nos shows do Free Jazz Festival, Farris adianta. ``Costumam pedir a música, mas tenho outras coisas para mostrar", diz, embora não se sinta incomodada com os pedidos. `` `Tennessee' faz parte da minha história e me orgulho de tê-la gravado".
O repertório do show ainda não está totalmente definido. Serão só três músicas, entre elas ``I Know", do primeiro álbum, e uma música de outro compositor, a ser escolhida com Marsalis.
Apesar da participação no Arrested Development, Farris diz não ter raízes no hip-hop. ``Nunca pretendi ser rapper. Prefiro a tradição do soul e do jazz", assume. ``Não que me julgue uma cantora de jazz, mas me identifico com a música. Se posso contar com um baterista melhor do que qualquer bateria eletrônica, por que usaria música eletrônica?"
Jazz é uma direção que Farris planeja explorar em suas próximas gravações. ``Espero que meu contato com Branford não se resuma aos shows no Brasil. Gostaria de trabalhar com ele no futuro".

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