São Paulo, terça-feira, 17 de outubro de 1995
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Procurador de Justiça pede inquérito

DA FT; DA REPORTAGEM LOCAL; DA FOLHA VALE

O procurador-geral de Justiça de São Paulo, José Emmanuel Burle Filho, pediu na tarde de ontem a abertura de um inquérito policial para investigar a agressão contra a imagem de Nossa Senhora Aparecida.
Segundo a assessora de imprensa da procuradoria, Eliana Pereira, foi enviado ontem um ofício ao delegado-geral de polícia, Antonio Carlos de Castro Machado.
Como Machado está fora do país, o inquérito é presidido pelo delegado corregedor Luiz Roberto Spadafora. Todas as investigações serão feitas pela polícia, que depois envia o inquérito ao Ministério Público Estadual.
"Dependendo do resultado, há três procedimentos: se o inquérito concluir que houve crime, será aberta uma denúncia; se não houve crime, o inquérito é arquivado ou o ministério pede novas investigações", disse.

Inquéritos
Os delegados João Batista de Araújo e Walter Pereira, da 27ª e da 59ª DPs, respectivamente, abriram ontem inquéritos policiais contra o bispo Sérgio Von Helder.
Araújo disse que investigará se a agressão foi premeditada. "Não acredito que a santa tenha ido sozinha assistir ao programa", disse. O delegado afirmou que pretende também ouvir o pastor Didini sobre a solidariedade prestada a Von Helder.
O diretor de programação da Rede Record, Eduardo Lafond, foi intimidado a depor amanhã. Araújo quer saber se a agressão constava do roteiro do programa ou se foi um ato espontâneo. A Rede Record está sob a jurisdição 27ª Delegacia de Polícia.
O delegado afirmou que o bispo infringiu o artigo 208 do Código Penal, que prevê pena de detenção de um mês a um ano para quem "vilipendiar publicamente objeto de culto religioso".
Católico, o delegado disse que recebeu sete representações de advogados, entre as quais a da CEB (veja texto nesta página). Porém ele abriu o inquérito por iniciativa própria.
A Prefeitura de Aparecida informou que entra hoje com ação penal contra Von Helder. A prefeitura estuda ainda a possibilidade de pedido de indenização.
O procurador jurídico da prefeitura, João Batista Magraner, 50, disse que a representação vai pedir a instauração de um inquérito policial. A prefeitura pensa também em entrar com pedido de direito de resposta na TV Record.

Colaborou a Folha Vale

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