São Paulo, quarta-feira, 18 de outubro de 1995
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Publicidade leva ao fumo, sugere estudo

Propaganda induz crianças a fumar, diz pesquisa

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

A propaganda de cigarro é o principal fator de estímulo ao hábito de fumar em crianças, segundo estudo da Universidade da Califórnia, em San Diego (EUA), publicado hoje na revista do Instituto Nacional do Câncer.
"O marketing é atualmente mais poderoso que a pressão social, encorajando crianças a se tornar fumantes", disse John Pierce, um dos autores do estudo.
O anúncio feito pelos cientistas coincide com uma campanha antifumo liderada por médicos, que apóiam os esforços do governo dos EUA em restringir a propaganda dirigida a crianças.
A pesquisa usa fórmulas matemáticas para chegar a um índice de susceptibilidade, que mediria a tendência a sentir influências externas, como a propaganda.
Pierce usou dados da Pesquisa de Tabaco da Califórnia, realizada em 1993 junto a 3.536 crianças e adolescentes norte-americanos.
Segundo os resultados, adolescentes pensam que a propaganda divulga pelo menos uma mensagem positiva, tal como sentir-se melhor em situações sociais.
Thomas Lauria, porta-voz do Instituto do Tabaco (EUA), atacou o estudo liderado por Pierce.
"Essas conclusões estão erradas. As evidências mostram exatamente o contrário: a razão primária (para jovens começarem a fumar) é a pressão de grupo", disse.
Pierce também fez outro estudo, que deve ser publicado no próximo mês na revista "Psychology Health". Ele acompanhou os últimos cem anos de publicidade voltada para o cigarro.
O pesquisador descobriu, por exemplo, que uma campanha que ligava o fumo ao emagrecimento, realizada em 1920, fez com que crescesse o número de mulheres que fumavam.

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