São Paulo, quarta-feira, 18 de outubro de 1995 |
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"Barcelona" se recusa a ver a Espanha
MARCELO REZENDE
Em seu filme Stillmann preferiu abolir qualquer pergunta sobre a Espanha ou os espanhóis, e usa a cidade como cenário para mostrar o que pensa dos EUA. Seus personagens são dois americanos que, por razões diversas-um é executivo de uma multinacional e o outro, seu primo, um oficial da marinha que obtém um cargo na cidade- se encontram em Barcelona nos anos 80. Encontram, portanto, um país que começa a se recuperar de décadas de ditadura franquista. O que significava, ao menos para a juventude da época, uma liberdade sexual e política que seus vizinhos europeus, como os franceses ou ingleses, já haviam experimentado duas décadas antes. Assim, toda a comédia é montada sobre a noção de confronto: a cultura européia que esbarra na mediocrização americana, o moralista que se defronta com o liberal e, por fim, o desajuste entre o jovem militar e aqueles que vêem sua presença na Espanha como uma nova forma de colonização. Como resultado, o filme termina por comprovar a tese de que uma comédia pode ser interessante sem ser necessariamente divertida. Ou mesmo sofisticada sem ser inteligente. Filme: Barcelona Direção: Whit Stillman Produção: EUA, 1994 Distribuição: World Movies, tel. 011/536-0677 Texto Anterior: O RANKING DA SEMANA Próximo Texto: Guerreiro é parte da Alma do Mundo Índice |
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