São Paulo, sexta-feira, 20 de outubro de 1995
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Brasileiro-95 acaba com as duplas de artilheiros

RUBENS LEME DA COSTA; VALMIR STORTI
DA REPORTAGEM LOCAL

O Campeonato Brasileiro deste ano decretou o fim de uma tradição do futebol brasileiro: a dupla de atacantes artilheira.
Com a venda de atacantes para o exterior, as equipes enfraqueceram o ataque, que depende hoje de um "goleador solitário".
Entre os times que disputam a Série A do Brasileiro, apenas uma equipe possui dois artilheiros entre os principais: o Cruzeiro.
O time de Belo Horizonte conta com os atacantes Marcelo, vice-artilheiro da competição, com 11 gols, e Paulinho, com 6.
No Brasileiro-94, dois times se destacaram com as duplas de atacantes: o Guarani, de Amoroso -que fez 19 gols e foi o artilheiro do campeonato ao lado de Túlio, do Botafogo-, e Luizão -com 9-, e o Palmeiras, de Evair e Rivaldo (cada um marcou 14 vezes).
No Paulista-95, a duplas de destaques foram Giovanni (19 gols) e Marcelo Passos (15), do Santos, e Paulinho (artilheiro ao lado de Bentinho, do São Paulo, com 20 gols) e Flávio (13).
A tendência das duplas pôde ser constatada também na Copa do Mundo dos EUA, em 94, com as parcerias entre Bebeto e Romário (veja quadro ao lado).
Em contrapartida, neste Brasileiro, surge o fenômeno dos "zagueiros artilheiros". Três times têm, entre seus principais goleadores, jogadores cuja principal função é evitar o gol, não marcá-los.
Um dado curioso é que esses gols não saem apenas em escanteios, como seria o normal, já que a altura dos zagueiros sempre foi aproveitada nesses lances.
Entre os "zagueiros-artilheiros", o destaque é Andrei, do Juventude. Em seis jogos, ele marcou quatro dos oito gols do time.
O zagueiro fez um gol de falta e um de pênalti. Graças a ele, o Juventude conseguiu duas vitórias e um empate, ou 7 dos 12 pontos da primeira fase.
No Paysandu, os zagueiros Gilmar Francisco e Gílton são os artilheiros. Juntos, anotaram 6 dos 17 gols da equipe, cada um com 3.
No Paraná, o artilheiro é o atacante Saulo, com três gols. Mas os vice-artilheiros são defensores: Edinho Baiano e Ageu, ambos com dois gols.
Entre os times considerados "grandes", o Flamengo vive um situação especial.
O time que mais investiu em atacantes em 95 (cerca de US$ 9,5 milhões) contratou Edmundo e Romário para jogarem com Sávio.
Em 13 jogos, fizeram os 10 gols do time. Romário marcou 6 e Edmundo e Sávio, 2 cada um.

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