São Paulo, domingo, 22 de outubro de 1995
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Elenco conhece assassino no último capítulo

GILBERTO DE ABREU
FREE-LANCE PARA A FOLHA

Uma coisa é certa: as cenas em que a identidade do assassino de “A Próxima Vítima” será revelada vão se passar na sala de estar da mansão da família Ferreto, que troca de endereço por um dia.
O cenário, montado nos estúdios da Rede Globo na Usina (zona norte do Rio), será transportada para a cidade cenográfica da emissora, o Projac, em Jacarepaguá (zona oeste do Rio).
Outra certeza: nenhum dos atores envolvidos nas duas cenas saberá o nome do “serial killer” antes das 18h do dia em que o último capítulo será transmitido -3 de novembro.
Nem mesmo o ator Paulo Betti (Olavo), responsável pela revelação, será poupado do plano de sigilo criado por Silvio de Abreu, autor da novela, e Jorge Fernando, diretor.
José Wilker respeita a decisão do autor de manter o suspense. “Ele insistiu em não divulgar o assassino antes da hora e encontrou na transmissão ao vivo a melhor saída para garantir o planejado”, afirma.
“Se decidimos escrever uma novela de suspense, isto é o mínimo que podíamos fazer. Nosso papel é justamente o de esconder o assassino até o final”, diz Abreu, que, com Jorge Fernando, vem alterando a numeração das cenas e capítulos para dificultar a descoberta da trama.
Segundo Jorge Fernando, Betti terá a oportunidade de decorar as falas finais inclusive durante o intervalo comercial.
“Transmitir ao vivo é um risco que eu mesmo inventei. Foi a minha primeira grande idéia no novo cargo de diretor do núcleo, e, ao mesmo tempo, o primeiro grande risco que corro”, confessa o diretor.
Jorge Fernando diz que, no dia 3, pode desistir da transmissão ao vivo caso não haja tempo suficiente para o ensaio. Neste caso, o público será informado previamente.
Embora o diretor não tenha afirmado quantos atores participarão das cenas, sabe-se que cerca de 15 estarão dentro do set de gravação na “hora da verdade”.
Entre eles estarão Eliseo (Gianfranceso Guarnieri), Zé Bolacha (Lima Duarte) e Marcelo (José Wilker), além do inspetor vivido por Paulo Betti.
Entre as mulheres, há certeza no elenco de que participarão da cena Isabela (Cláudia Ohana), Helena (Natália do Vale) e Filomena (Aracy Balabanian).
Cecil Thiré descarta a possibilidade de seu personagem estar entre os acusados.
“Só se for para figurar entre os habitantes da casa. Mas acredito que só devem estar envolvidos os verdadeiros suspeitos”, diz.
Enquanto não se descobre a identidade do assassino, uma onda de boatos circula pelos corredores da emissora. Os atores, produtores, maquiadores e câmeras estão até fazendo um “bolão” a R$ 5,00 cada aposta, sobre quem é o assassino.
O ator Lima Duarte, por exemplo, não se cansa de repetir que Silvio de Abreu e José Bonifácio de Oliveira Sobrinho, o Boni (vice-presidente de Operações da Globo), teriam guardado o nome do assassino num cofre, cujo local só os dois conhecem. Se é folclore ou não, isso pode ficar para outra novela.

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