São Paulo, segunda-feira, 23 de outubro de 1995
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Governo lança título de um ano em 1996

RODNEY VERGILI
DA REDAÇÃO

O governo estuda o lançamento, no início de 1996, de um título com prazo de vencimento de um ano e taxas de juros flutuantes (variáveis).
Os dirigentes do Banco Central já realizam consultas ao mercado financeiro sobre o interesse por esses papéis de prazo mais longo.
O objetivo é o alongamento do perfil da dívida pública e a redução no custo de captação por meio de títulos no mercado financeiro.
O presidente da Febraban (Federação Brasileira das Associações de Bancos), Maurício Schulman, entende que o alongamento nos prazos de captação é uma tendência que acompanha a estabilização da economia.
Segundo José Carlos de Oliveira, presidente da Andima (Associação Nacional das Instituições do Mercado Aberto), já está ocorrendo um alongamento nas aplicações dos bancos em títulos públicos e com juros menores.
Nos leilões semanais de papéis públicos -como os BBCs (Bônus do Banco Central)-, os bancos adquiriam títulos de, no máximo, 35 dias de prazo em maio de 95. Agora, o BC coloca papéis de 56 dias.
O Tesouro Nacional também ampliou o prazo de colocação de seus papéis. As Letras do Tesouro Nacional (LTNs) eram emitidas com 31 dias de prazo, em maio. Agora já são adquiridas com 122 dias de prazo.
Os juros dos títulos públicos no over (negócios por um dia) estão caindo de maneira gradual. De 4,25% em maio, baixaram para 3,32% em setembro. A estimativa é de 3,10% neste mês.
Ulysses Ferreira, diretor do Banco Patente, diz que há uma tendência de as instituições financeiras negociarem a prazo mais longo no mercado futuro.
"Já se sabe que não haverá grandes modificações nos juros e no câmbio até o final do ano. Assim, os investidores procuram se proteger em mercados de prazo mais longo, com maior nível de incerteza", diz.
Se os bancos estão alongando os prazos de suas aplicações, o mesmo não está acontecendo com as pessoas físicas.
Os dados dos administradores de fundos indicam que está havendo concentração das novas aplicações em fundos de investimento de curto prazo, que permitem retiradas de um dia para o outro, mas com baixa rentabilidade.

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