São Paulo, segunda-feira, 23 de outubro de 1995
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Siemens quer vender 50% mais no país em cinco anos

ANTONIO CARLOS SEIDL
ENVIADO ESPECIAL A MUNIQUE

A Siemens anunciou que quer conquistar uma fatia significativa do mercado brasileiro de informática.
A decisão faz parte de uma nova estratégia agressiva do grupo alemão para o Brasil. A Siemens fabrica máquinas e equipamentos para energia elétrica, telecomunicações e informática.
O principal objetivo é aumentar o faturamento no país em 50% até o ano 2000 -de US$ 1 bilhão para US$ 1,5 bilhão. As vendas mundiais do grupo Siemens alcançaram US$ 65 bilhões no ano passado.
Bernd Richter, diretor mundial adjunto da Siemens para a América Latina, disse que a ampliação da presença do grupo no mercado de informática do país é um "ponto chave" da nova estratégia.
Em entrevista na sede mundial da Siemens em Munique (no sul da Alemanha), o executivo afirmou que a disputa da empresa por uma parcela "significativa" do mercado de informática se dará de duas maneiras.
Por meio de exportações da matriz alemã, negociadas por um representante no país, ou por joint ventures (associações com empresas locais).
O primeiro passo são as vendas de impressoras a laser e sistemas de automação bancária, principalmente caixas eletrônicos, a cargo de uma empresa representante, a Bastek, subsidiária do Banco Bamerindus.
A médio prazo, o grupo alemão analisa a possibilidade de fabricar no país a linha de produtos da Siemens Nixdorf, sua subsidiária de informática.
"A fabricação local de produtos de informática está em estudo", afirmou Ritcher. "Não podemos ficar fora desse mercado, que é um dos que mais crescem no Brasil."
Enquanto analisa a entrada no mercado de informática, a Siemens não descuida das suas atividades tradicionais no país.
O grupo decidiu investir de US$ 50 milhões a US$ 100 milhões por ano, nos próximos cinco anos, na modernização de suas instalações brasileiras.
A atuação da Siemens no país se concentra nos setores de fabricação de máquinas e equipamentos para a geração, transmissão e distribuição de energia elétrica e para o setor de telecomunicações.
Mesmo reconhecendo que a Siemens chega atrasada ao mercado de informática brasileiro, Richter disse que o grupo alemão não tem medo da concorrência.
"Temos medo é de mudanças bruscas na política econômica do governo, porque isso afeta o planejamento estratégico de qualquer empresa", afirma.
A Siemens, disse Ritcher, vê o Plano Real com uma expectativa otimista. "Tem de dar certo."
A crença da Siemens no Brasil é tanta, afirmou, que o país é agora o "centro de competência" do grupo na produção de geradores para usinas hidrelétricas.
A Siemens acaba de dar à sua subsidiária brasileira a responsabilidade de aumentar as vendas do grupo no Paraguai e na Bolívia.

O jornalista ANTONIO CARLOS SEIDL viajou à Alemanha a convite da Câmara de Comércio e Indústria Brasil-Alemanha de São Paulo.

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