São Paulo, segunda-feira, 23 de outubro de 1995
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Leite pede menos conversa e mais futebol

PASCOAL GOMES
FREE-LANCE PARA A AGÊNCIA FOLHA, EM SALVADOR

O presidente do Flamengo, Kleber Leite, disse sábado, após o empate em 2 a 2 diante do Bahia, que "é preciso parar com tanta conversa e jogar futebol".
Ele se referia especialmente às críticas que o atacante Romário fez ao próprio time após o empate em 0 a 0 com o Fluminense, quarta-feira passada, em Campina Grande, na Paraíba.
"Eu me recuso a comentar o resultado do jogo", disse, irritado, Kleber Leite.
No sábado, a equipe foi da euforia à decepção em 46 minutos.
No intervalo do jogo, vencendo por 2 a 0, a comissão técnica e os jogadores flamenguistas desceram para o vestiário do estádio da Fonte Nova aos abraços, como se o time estivesse perto de ganhar mais um título.
No final do jogo, após ceder o empate nos descontos, numa falha do goleiro Paulo César, o ambiente no vestiário do time carioca era de desânimo e irritação.
Cabisbaixo, o goleiro Paulo César tentava justificar sua falha -ele soltou a bola, após cruzamento, na cabeça de Raudinei, que marcou o gol de empate do Bahia.
"Falhei e o goleiro não pode falhar. O vento me enganou, mas não havia cobertura", afirmou o goleiro.
Antes de levar o gol, Paulo César fazia uma boa atuação e salvara o Flamengo fazendo três defesas difíceis.
Ele tinha uma explicação sobrenatural para a falha de Paulo César.
"Fiz um trabalho para amarrar o ataque deles e acabei acertando o goleiro", disse.
Escolhido para fazer exame antidoping, o zagueiro Válber não escondia a irritação com o gol sofrido no final do jogo.
"Não se toma um gol daqueles", desabafou.
O técnico Washington Rodrigues admitia que as críticas de Romário, no meio da semana, surtiram efeito.
"Ele só errou na forma de se expressar, mas o nosso primeiro tempo foi excelente e o Romário jogou muito", disse o treinador do Flamengo.
Rodrigues creditou o empate ao estado de estresse em que vive o time e à expulsão do jogador Alexandre no segundo tempo.
O Flamengo trouxe 30 profissionais, entre jogadores, seguranças, comissão técnica e dirigentes, para os dois jogos que disputou no Nordeste.

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