São Paulo, segunda-feira, 23 de outubro de 1995
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Motociclistas contam como é correr em rali

DA REPORTAGEM LOCAL

Não é por acaso que o rali Paris-Dacar é considerado um dos mais perigosos do mundo. O percurso é feito em grande parte pelo deserto e os participantes correm vários riscos.
Não é todo mundo que tem coragem de entrar em uma "brincadeira" dessas. Os motociclistas Klever Kolberg e André Azevedo são da turma dos corajosos.
Eles contaram as suas peripécias no deserto em palestra na Folha na última terça-feira. A palestra "A Força da Equipe" fez parte do ciclo "Aventuras", que acontece quinzenalmente na Folha.
Klever e André foram os primeiros brasileiros a participar do rali e também os primeiros da América do Sul a vencer uma categoria do Paris-Dacar, em 91.
A segunda vitória veio em 93, quando Klever ganhou a categoria maratona (a mais disputada do rali). André ficou em segundo lugar.
Segundo Klever, a parte mais difícil do rali é a "maratona do patrocínio". "É a parte mais complicada para um brasileiro que participa do rali", diz.
Os equipamentos são outra dificuldade enfrentada por eles já que vez ou outra "dão um pau".
No último rali, em janeiro deste ano, eles tiveram que abandonar a competição por causa de problemas em suas motos. Nada a que um aventureiro já não esteja acostumado. "Aventura é sinônimo de problemas", diz Klever.
E qualquer coisa pode virar um "problemão" para quem está participando do rali.
Uma tempestade no deserto, por exemplo, pode ser o suficiente para um competidor se perder.
"Você não enxerga nada, quem se perde pode ficar vários dias no deserto com a água e a comida acabando", diz Klever.
Então como ter coragem para participar do rali? André explica: "O que fazemos é uma aventura planejada, trabalhamos a sério para ter o mérito da conquista".

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