São Paulo, segunda-feira, 23 de outubro de 1995
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'Victor/Victoria' abre a temporada em NY

Broadway concentra a atenção nas 'divas' do teatro

NELSON DE SÁ
ENVIADO ESPECIAL A NOVA YORK

É a temporada das "divas", como apelidou a revista "The New Yorker". Por exemplo, vai ter uma peça nova de Terrence McNally, sobre Maria Callas. Também vai ter a veneranda Carol Channing em "Hello, Dolly!", papel que ela mesma criou, há mais de 30 anos.
Sobretudo, vai ter a estrela maior Julie Andrews em seu retorno à Broadway, ao centro do teatro em Nova York, com "Victor/Victoria". O musical, que é baseado no filme de uma década atrás, com a mesma Julie Andrews, vai estrear oficialmente depois de amanhã.
Com um custo estimado em mais de US$ 8 milhões, "Victor/Victoria" entra em cartaz como o maior musical do ano, em uma Broadway que vem produzindo cada vez menos musicais de grande porte.
Para concorrer com "Victor/Victoria", Nova York traz quase que só remontagens. A mais notável é "Company".
Stephen Sondheim, que criou o espetáculo nos anos 70, é considerado hoje o maior compositor americano de musicais. "Passion", que ele estreou dois anos atrás, é dado como o musical da década -por enquanto.
Fora dos musicais, a temporada abre com atrações como "Picasso at the Lapin Agile", uma comédia sobre um suposto encontro entre o pintor e Albert Einstein, escrita pelo ator Steve Martin, e "Moonlight", a peça do inglês Harold Pinter sobre um rei Lear contemporâneo e sua família, na primeira estréia do autor na Broadway em mais de uma década.
Ainda na Broadway, acaba de estrear em teatro fechado o maior sucesso do Shakespeare Festival do diretor George C. Wolfe, "A Tempestade", com Patrick Stewart, apresentada no Central Park no verão nova-iorquino.
Off-Broadway, fora da Broadway, o grupo Wooster apresenta "The Emperor Jones", uma obra-em-progresso em que o texto original de Eugene O'Neill foi inteiramente respeitado, o que é uma novidade para a companhia de vanguarda do Soho.

LEIA MAIS
as críticas da nova temporada de teatro em Nova York à pág. 5-6

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