São Paulo, terça-feira, 24 de outubro de 1995
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Acordo pode reanimar plantio

DA REPORTAGEM LOCAL

A queda no uso de tecnologia poderá ser mais amena, por causa do acordo da dívida.
A previsão é de Amilcar Gramacho, coordenador do departamento econômico da OCB (Organização das Cooperativas Brasileiras).
Para Gramacho, ao reverter as expectativas pessimistas e reanimar os produtores, o acordo pode diminuir o risco de quebra na produtividade da safra 95/96, em função da menor utilização de adubo e outros insumos na lavoura.
"É possível que os bancos facilitem e aumentem a oferta de crédito para o plantio da safra", diz.
Segundo Gramacho, falta agora o governo e o Congresso Nacional acertarem a aprovação da reforma tributária, com a isenção de impostos sobre as exportações agrícolas.
Outros problemas que também precisam ser solucionados, avalia Gramacho, são as altas taxas de juros e a concorrência desleal entre alguns produtos agrícolas brasileiros e os de outros países que praticam subsídios.
Os produtores de arroz do Rio Grande do Sul, cuja dívida soma cerca de R$ 1,2 bilhão, não acreditam que o acordo reverta a queda no plantio, que termina em 15 de novembro.
André Barreto, presidente da Fearroz (Federação das Cooperativas de Arroz do RS), estima redução entre 20% e 25% na área.
No ano passado, foram semeados 965 mil hectares.
"O refinanciamento não traz recurso novo", afirma Barreto.
Para Clóvis Terra, presidente da Federação das Associações de Arrozeiros do Rio Grande do Sul, o acordo é um avanço modesto. "O prazo para o pagamento poderia ser maior", diz.

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