São Paulo, terça-feira, 24 de outubro de 1995
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Erosão atinge mais SP, diz estudo

LUIZ MALAVOLTA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BAURU

São Paulo é o Estado brasileiro mais afetado por erosões urbanas e rurais que estão destruindo o meio ambiente, segundo estudo do IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas), órgão do governo estadual.
O estudo foi divulgado ontem em Bauru (345 km a noroeste de SP), no 5º Simpósio Nacional de Controle de Erosão, promovido pela Associação Brasileira de Geologia de Engenharia.
Segundo o presidente do simpósio, Fernando Kertzman, 32, geólogo do IPT, São Paulo necessitaria de R$ 100 milhões para combater as 400 erosões urbanas que atingem 160 cidades do Estado.
Para o secretário estadual do Meio Ambiente, Fábio Feldman, o avanço das erosões é o mais sério problema ambiental de São Paulo.
Ele disse que, apesar das dificuldades financeiras, o governo vai buscar recursos internacionais para combater as erosões.
Kertzman disse que os rios de São Paulo estão sendo destruídos pelas erosões. Ele calcula que um milhão de toneladas de terra estão sendo depositadas todos os anos nos rios paulistas. "Há rios já completamente assoreados (com o leito cheio de areia), como o Peixe e o Aguapeí", declarou.
No simpósio, o IPT apresentou o primeiro mapa de erosões do Estado de São Paulo, que demorou dez anos para ser preparado e ficou pronto na semana passada.
Segundo a geógrafa Kátia Canil, 26, do IPT, que trabalhou na elaboração do mapa, o Estado de São Paulo tem um total de 6.700 erosões urbanas e rurais.
"O que acontece hoje é consequência da ocupação desordenada das terras, desde o começo do século", afirmou.
Depois de São Paulo, os Estados que enfrentam problemas com grandes erosões são Paraná, Minas Gerais e Mato Grosso do Sul. "Esse mapa que preparamos é o ponto de partida para um trabalho de recuperação que o IPT pretende monitorar", afirmou Canil.

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