São Paulo, terça-feira, 24 de outubro de 1995
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Vendas caem nos supermercados de SP

SUZANA BARELLI
DA REPORTAGEM LOCAL

O volume de vendas e o faturamento dos supermercados paulistas devem ser menores em outubro em comparação com setembro.
"As vendas fracas nos fizeram rever a previsão de crescer 3% neste mês. Nosso faturamento vai cair em relação a setembro", diz Omar Assaf, vice-presidente da Apas (Associação Paulista de Supermercados).
Somente na primeira quinzena de outubro, as vendas foram 1% menores do que as registradas nos primeiros 15 dias de setembro.
Assaf levanta hipóteses para justificar essa retração: o consumidor continua endividado e suas despesas vêm aumentando.
Assaf afirma que o movimento de outubro vai reverter a tendência de aumento contínuo das vendas no segundo semestre. Nos últimos anos, agosto vendeu mais do que julho, setembro teve faturamento maior do que agosto e assim por diante.
Em 1995, essa tendência se confirmou até setembro, com vendas 3% maiores do que em agosto. Em agosto, o faturamento foi 1,5% maior do que o registrado em julho passado.
"Com o histórico de aumento de vendas no segundo semestre, esperávamos crescimento", diz o vice-presidente da Apas.
Com vendas em queda, Assaf diz que não há grandes pressões por aumento de preços por parte dos fornecedores.
O último reajuste, de até 15% nas massas e biscoitos, ocorreu na semana passada em consequência do aumento da farinha de trigo, que subiu 50% entre junho e outubro.

Pequenos
Já nos pequenos supermercados, a tendência é de crescimento das vendas em outubro.
Wilson Tanaka, presidente do Sincovaga, sindicato que reúne 35 mil pequenos pontos de venda no Estado de São Paulo, diz que o faturamento de outubro deve superar em 3% o de setembro.
"O feriado do último dia 12 (Nossa Senhora Aparecida) afetou menos as vendas do que o 7 de Setembro. As pessoas provavelmente não viajaram e compraram um pouco mais", diz Tanaka.
Segundo ele, não há grandes pressões por aumento de preços. "A carne subiu R$ 0,10 nesta segunda-feira, mas o reajuste não deve se sustentar devido à fraca procura pelo produto", afirma.
O quilo do traseiro da carne bovina passou de R$ 2,50 para R$ 2,60 no varejo.

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