São Paulo, terça-feira, 24 de outubro de 1995 |
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CNT exibe o melhor filme de Pollack
INÁCIO ARAUJO
E continua abrindo: a janela é a de um trem em movimento. Em seguida, a câmera parece desacoplar-se do trem, distancia-se. Por fim, a câmera sobe: vemos o trem inteiro e a paisagem. É um dos planos mais memoráveis do cinema americano nos anos 60. Na época, os problemas técnicos que se propunham eram imensos. Não existia o steadycam, aparelho que estabiliza a imagem, mesmo quando a câmera está na mão. Daí o prodígio, de imaginação e de realização. O filme inteiro é interessante. Mas esse é um momento realmente superior de cinema. Não importa que, hoje, fosse relativamente mais simples realizá-lo. Existe uma tensão no conjunto que nos informa, a cada segundo, da grandeza do que vemos e veremos. Vale a pena esperar por esse momento, mesmo que se perca o início de "À Queima-Roupa" (Record, 21h30), o belíssimo policial de John Boorman. É, também, um momento essencial de Lee Marvin, como o gângster que procura arrancar do sujeito que o traiu o dinheiro a que tem direito. (IA) Texto Anterior: CLIPE Próximo Texto: "Dublê" tem a marca do autor Índice |
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