São Paulo, terça-feira, 24 de outubro de 1995
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Itália vota quinta futuro do governo

DO "THE INDEPENDENT"; DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

Comunistas se unem a partidos de direita e decidem apoiar moção do ex-premiê Silvio Berlusconi
O partido de extrema esquerda da Itália Refundação Comunista decidiu se unir à coalizão de centro-direita liderada pelo ex-ministro Silvio Berlusconi para votar uma moção de desconfiança contra o governo.
Os dois grupos disseram que vão se unir para “destruir” o primeiro-ministro italiano, Lamberto Diniz. A votação está prevista para a próxima quinta-feira.
Se todos os parlamentares seguirem a orientação dos partidos, o governo do premiê será derrubado por uma pequena margem.
O índice da Bolsa de Milão (norte) atingiu ontem seu ponto mais baixo em dois anos. A lira italiana teve baixa recorde em relação ao marco alemão.
O Orçamento italiano para 1996 ainda não foi votado. A queda do governo e a suspensão do Orçamento podem causar problemas do país com a União Européia.
A crise no país começou na quinta-feira passada, quando o então ministro da Justiça, Filippo Mancuso, foi demitido por um voto de desconfiança no Senado.
Mancuso havia acusado o premiê Dini e o presidente italiano, Oscar Luigi Scalfaro, de esconder abusos de juízes da Operação Mãos Limpas (anticorrupção).
Berlusconi, que foi denunciado pela operação, levou sua aliança, a Pólo da Liberdade, a acusar Dini de derrubar o ministro por razões não-administrativas e a pedir a queda do governo por causa da demissão de Mancuso.
Dini é o premiê italiano desde janeiro, depois que Berlusconi teve de deixar o cargo.
Os comunistas acusam Dini de aumentar a diferença social no país com o novo Orçamento.
A Refundaçào Comunista é um grupo marxista formado por dissidentes do ex-Partido Comunista Italiano, atual Partido da Esquerda (social-democrata), que apóia o primeiro-ministro.
Se Dini perder, o presidente terá de convocar eleições gerais antes do Natal. Berlusconi já disse que, se ganhar, pedirá que membros da sua aliança renunciem em massa ou sabotem o Orçamento.
O governo do premiê Lamberto Dini é formado basicamente por tecnocratas sem filiação partidária e é apoiado pela centro-esquerda italiana.
Ele já sobreviveu a vários votos de confiança (pedidos pelo próprio governo) para assegurar a aprovação de reformas econômicas.
A partir da tarde de hoje, a moção de desconfiança será discutida pelo Parlamento. Antes da decisão dos comunistas, os jornais italianos previam uma vantagem de 15 votos para o governo. Os comunistas têm 24 parlamentares.

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