São Paulo, quarta-feira, 25 de outubro de 1995 |
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Universal faz frente anti-Globo
CLÁUDIA TREVISAN
O apresentador, bispo Honorilton Gonçalves, e os 12 evangélicos convidados foram unânimes em defender a Universal. A maioria afirmou que ela não pode ser condenada pela agressão à imagem de Nossa Senhora, feita por um de seus bispos. Na opinião dos participantes, o episódio foi encerrado com o pedido de desculpas aos católicos apresentado pelo bispo Edir Macedo, líder da Universal. Só não foi esquecido por insistência da Globo. Os evangélicos usaram a TV para repetir o discurso de que são perseguidos e vistos de forma preconceituosa pela imprensa. A minissérie "Decadência", da Globo, foi lembrada com insistência como exemplo de desrespeito à comunidade evangélica. Seu protagonista era um pastor corrupto. "'Decadência' foi uma agressão frontal à igreja evangélica do Brasil, e, para minha surpresa, não vi o porta-voz da Presidência protestar, afirmou o pastor Jemuel Kessler, da Assembléia de Deus. Kessler se referia às críticas do porta-voz Sergio Amaral aos ataques à imagem de Aparecida. O bispo Gonçalves, que apresenta o "25ª Hora", se esforçou para manter uma atitude cordial. Ela foi abandonada algumas vezes nas respostas a jornalistas. A produção do programa convidou vários jornalistas a fazer perguntas aos debatedores. A dúvida era se Macedo participaria. Alguns jornalistas foram informados de que ele faria apenas uma declaração por telefone. Outros, de que ele falaria com os repórteres pessoalmente ou por telefone. A dúvida não foi totalmente esclarecida. Muitos jornalistas esperavam entrevistar Macedo. O repórter Sandro Barboza, da "Folha da Tarde", manifestou seu descontentamento com a ausência do líder da Universal. Gonçalves chamou o diretor do programa, Paulo de Andrade, e perguntou se ele havia dado a algum repórter a informação de que Macedo estaria presente. Diante da resposta negativa, afirmou: "Esse repórter é um mentiroso. Mais uma mentira da imprensa". Em sua participação pelo telefone, Macedo negou que tenha chamado católicos de "loucos, estúpidos e malucos" em culto na Argentina. As declarações foram publicadas pelo "Jornal do Brasil". No final do programa, Gonçalves conclamou os evangélicos a fazer uma oração e cometeu uma gafe. Disse que orariam também pelo "doutor" Roberto Marinho, dono da Globo, e sua "mulher, que está doente". Na verdade, quem estava doente na Europa era a ex-mulher de Marinho, Stella Goulart Marinho. Ela morreu na tarde de anteontem, horas antes do programa. Texto Anterior: Católicos recusam tempo em TV evangélica Próximo Texto: Templo é atacado em Brasília Índice |
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