São Paulo, quarta-feira, 25 de outubro de 1995 |
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"Commitments" é filme para ouvir
MARCELO REZENDE
Baseado no romance do escritor irlandês Roddy Doyle, o filme mostra a luta de um grupo de jovens, num subúrbio de Dublin, para tentar vencer na música. O que essas pessoas têm em comum são duas idéias que os perseguirão por todo o filme: o desejo de se tornar famosos e o amor que todos sentem pela música negra americana, o "soul". Tudo porque, como afirma um dos personagens, os "irlandeses são os negros da Europa". Todo o filme é recheado por um repertório de canções clássicas do repertório americano e -o que Parker faz com eficiência- ilustrado por imagens que apenas ressaltam a atmosfera de pura música que há nesses personagens. Não existe no filme qualquer risco, ousadia ou avanço. E, talvez por isso mesmo, este seja o melhor filme de Parker. Ainda na Globo, à 1h40, há também "Hannah e Suas Irmãs", de Woody Allen, rodado em meados da década passada. Trata de um universo que Allen procura entender a cada filme: os desejos e conflitos gerados pelos relacionamentos entre casais. Micheal Caine interpreta um homem cansado do casamento que acredita estar apaixonado pela irmã de sua mulher. É apenas personagem que deseja recompor uma vida afetiva em plena dissolução. Mas Allen, apesar de seu próprio desejo, não é Ingmar Bergman. E o filme não é um drama e sim uma deliciosa comédia. "Hannah" é eficaz na medida em que enfrenta o ridículo das relações afetivas e transforma o que é aparentemente o mais puro caos, incomum, no que há de mais corriqueiro. Texto Anterior: Propostas; Novela da novela; Substituição; Aperto de cinto; Próximo Texto: John Woo transborda exatidão Índice |
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