São Paulo, quinta-feira, 26 de outubro de 1995
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São Paulo quer 'banir' jogador

JOÃO CARLOS ASSUMPÇÃO
DA REPORTAGEM LOCAL

O São Paulo vai pedir a eliminação do Cruzeiro da Supercopa dos Campeões, alegando que o meia Luís Fernando Gomes, substituto do atacante Paulinho, simulou contusão para impedir o prosseguimento do jogo entre as duas equipes, anteontem, no Mineirão.
Como um time não pode atuar com menos de sete atletas e o Cruzeiro teve quatro jogadores expulsos no primeiro tempo e já havia feito as três substituições permitidas, o juiz Wilson de Souza Mendonça foi obrigado a encerrar a partida aos 2min da etapa final.
"Se o resultado de 1 a 0 for confirmado, estarão beneficiando o infrator", afirmou o diretor jurídico do São Paulo, José Paulo Leal. "O Luís Fernando claramente simulou a contusão para encerrar o jogo. Todo mundo viu."
O clube paulista está exigindo medidas enérgicas da Confederação Sul-Americana de Futebol.
Além de pedir a eliminação do Cruzeiro, o São Paulo quer "banir" o jogador do futebol e punição para o médico do clube.
"O Rojas foi banido do futebol por ter feito algo parecido", disse Leal, referindo-se ao ato do ex-goleiro chileno, que simulou ferimento no jogo contra o Brasil, em 89, pelas eliminatórias da Copa do Mundo.
Após a simulação de Roberto Rojas, o Chile retirou-se do campo.
Como punição pela farsa, o Chile foi impedido de participar das eliminatórias da Copa de 94 e Rojas foi proibido de continuar praticando futebol.
Atual treinador de goleiros do São Paulo, Rojas acha "exagerado" que o clube peça que o cruzeirense seja proibido de praticar futebol.
"É um castigo duro demais para qualquer um", afirmou Rojas. "Todos merecem uma segunda chance."
O diretor jurídico do São Paulo acredita que a Confederação Sul-Americana não deixará o "episódio passar em branco".
Segundo ele, quando o São Paulo disputou a final da Libertadores, em 93, contra o Universidad Católica, no Chile, os jogadores queriam entrar com uma faixa pedindo que anistiassem Rojas. "A Sul-Americana não permitiu. Agora ela também tem que continuar rígida", afirmou.

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