São Paulo, quinta-feira, 26 de outubro de 1995
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Escritórios harmonizam homem e tecnologia

MARIA HELENA ESTRADA
ESPECIAL PARA A FOLHA

A 8º Exposição Bienal Internacional de Móveis para Escritório (EIMU), realizada em setembro em Milão, consolidou uma reflexão sobre as novas modalidades do trabalho e a forma dos objetos dela decorrente, proposta pelos designers Michele de Lucchi e Stefano Marzano, em conjunto com as empresas Olivetti e Philips.
O objetivo era o de obter a serenidade no trabalho, a harmonia entre os homens, suas emoções e seu ambiente, visando definir novos modelos comportamentais.
Ao final desta pesquisa foram propostos três projetos para escritórios. Um deles, o "tech survival ki"t ou a sobrevivência em termos tecnológicos, anuncia a possibilidade do "home office" (trabalho em casa), e do trabalho nômade, e fala da necessária "domesticidade' dos espaços de trabalho.
Outros dois são o "docking office" (escritório ancorado), onde os equipamentos de trabalho ficam presos a uma parede para uso coletivo, e o "empty room", espaço vazio onde um terminal mural oferece os serviços de uma estação de trabalho e preconiza a mais nova das tendências, que é a desmaterialização dos objetos em favor dos grandes espaços livres e humanos.
São respostas que podem servir como exemplos paradigmáticos que ilustram a provável sobrevivência dos escritórios, e os rumos que projetistas e produtores deverão seguir para não "perder o passo" em relação ao avanço tecnológico dos equipamentos para o trabalho terciário.
O que foi visto nesta feira, seja em termos do design de mobiliário, sobretudo nas empresas líderes, ou da discussão teórica desenvolvida em seus seminários, leva necessariamente a tendências apontadas por Lucchi e Marzano.

Integração
A criação de um projeto de mobiliário para escritórios exige do designer um conhecimento de toda sua complexidade: da "nova ergonomia" que propõe uma visão integral do sistema homem-máquina-ambiente e, principalmente, dos problemas criados pela fantástica velocidade da tecnologia na informática -que, hoje, parece oferecer mais soluções do que problemas existentes.
Tempo e espaço, agora desestruturados, pedem novas respostas aos projetistas.
Na EIMU'95, alguns destes caminhos são aplicados ao mobiliário, como a sofisticação ergonômica nas múltiplas regulagens das cadeiras (sincromecanismo assento-encosto, regulagem da altura dos braços, regulagem do apoio lombar, diversidade de largura da própria cadeira) e no "design soft", visando um caráter de harmoniosa domesticidade nos ambientes de trabalho.

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